sábado, 26 de março de 2011

Tempo de Anjos

Toby O’Dare um menino que sonhava entrar para um seminário, muito cedo se vê impelido para a responsabilidade de cuidar da própria família, os dois irmãos mais novos e a mãe alcoólatra. Apaixonado pela música, nela ele vislumbra a possibilidade de atravessar essa fase tão difícil, mas tudo irá se complicar de maneira desastrosa e ele, sentindo-se culpado, some do bairro e cidade onde nasceu, indo morar em Nova York. Angustiado e sem poder acreditar que a vida algum dia voltaria a lhe oferecer uma partícula sequer de alegria, ele toca seu alaúde nas ruas para ganhar a vida. Em uma de suas apresentações, um homem aparece e lhe oferece um trabalho no seu restaurante. Toby que sempre acompanhara avidamente todos os romances policiais e noticiários policiais, envolvido na sua amizade pelo dono do restaurante, acaba se tornando um matador de aluguel. Ele que já vivia seus conflitos internos, chama seu contratante de o “Homem Certo”, numa vã esperança de que esteja trabalhando do lado certo e matando os caras maus. Um dia, logo depois de cumprir com mais uma missão, ele é visitado por um Serafim, que se identifica pelo nome de Malchiah e lhe oferece um serviço especial, em que Toby poderia usar todas suas habilidades a serviço do bem e das pessoas que rezam por intervenção divina. Depois de hesitar em dúvida, Toby acaba aceitando tal oferta e vê nela a oportunidade de se redimir de todo mal que praticou. Transportado para a Inglaterra do século XIII, sob o disfarce de um frade dominicano, Toby tentará ajudar uma família judia acusada de assassinar a própria filha, mergulhando de coração aberto na história dessas pessoas, que já parecem fazer parte de sua própria vida.

Uma história envolvente e inteligente e a exemplo das demais, pincelada de informações históricas e culturais. Ainda que prefira os livros das crônicas vampirescas, gostei do Tempo dos Anjos e aguardo ansiosa os próximos livros.

Minha querida autora, Anne Rice, deixou de lado os vampiros e está escrevendo sobre anjos. Em uma entrevista concedida à Revista Época, ela fala que parou de escrever sobre vampiros  porque tinha acabado. “Escrevi 12 livros sobre vampiros e não consigo mais pensar em nada para escrever sobre eles. Tudo está feito. Eu me diverti muito, e os romances foram uma jornada espiritual longa e complicada, mas acabou. Já escrevi o bastante sobre Lestat e seus colegas”.

O que me cativou nos seus livros, além do tema sobre vampiros, é a forma envolvente com que nos apresenta os personagens. Cada um deles é enriquecido sobre vários aspectos morais e comportamentais. Quem já leu um pouco sobre a vida de Anne Rice, já deve ter percebido como eu, que muito do que ela põe nas histórias e nos personagens, dizem muito respeito a ela própria e sua vida, portanto é como se estivéssemos de certa forma acompanhando, como um espectador à distância, os conflitos vividos internamente por Anne. Na entrevista citada anteriormente ela confirma  esse meu sentimento:

[...]Nós, escritores, precisamos fazer com que nosso trabalho seja um reflexo de nossas obsessões. Do contrário, nosso trabalho não será bom.

O Templo dos Anjos  é o primeiro livro da trilogia “As Canções dos Serafins”.
REVISTA ÉPOCA - Quando a senhora decidiu escrever uma trilogia sobre eles?
Anne – A trama de Tempo dos anjos e da trilogia, que se chama As canções do serafim, surgiu há vários anos. Eu queria explorar essa ideia de um humano recrutado por anjos para trabalhar por eles e cumprir uma missão na Terra. Tenho brincado com essa possibilidade há algum tempo

Anne Rice
QUEM É
Escritora americana, nasceu em 1941 em Nova Orleans. Atualmente vive na Califórnia
O QUE FEZ
Depois de ganhar fama escrevendo sobre vampiros, adotou temas religiosos
O QUE PUBLICOU
É autora de mais de 30 livros, entre eles Entrevista com o vampiro (1976), adaptado para o cinema em 1994

sábado, 19 de março de 2011

Ingres

Lembram do já comentado livro “O Retrato de Doriam Gray”, de Oscar Wilde?

Quem leu o post deve lembrar que escrevi “Um livro interessante e envolvente, que exerce um certo fascínio, desde que o li me pego pensado e falando nele,  quase sem querer”.

E como prova disso, acabei descobrindo o autor da pintura que é capa do livro e resolvi dividir com vocês aqui no blog. Pelo que pesquisei, o pintor Ingres foi considerado um mestre dos retratos, portanto nada mais justo que personificar Dorian Gray na capa do livro, com seu auto-retrato, apesar de que Dorian seria loiro.
  


Jean-Auguste-Dominique Ingres, conhecido apenas como Ingres, nasceu em 29 de agosto de 1780, na poeirenta cidade de Montauban, situada no sudoeste da Franca, a uns 65 km de Toulouse. Seu pai era um artista menor: escultor, decorador em gesso e pintor de miniaturas.
O pai de Ingres passou muitas de suas habilidades ao filho, ensinando-o a desenhar, a pintar, e também a tocar violino. Em 1791 a família se mudou para Toulouse a fim de que o pequeno Ingres pudesse frequentar a Academia. Aos 14 anos ele podia ser visto tocando violino no Teatro Municipal, sendo muito aplaudido e até pago para se apresentar.
Em agosto de 1797, com 17 anos, Ingres transferiu-se para Paris, armado com uma carta de forte recomendação de Joseph-Guillaume Rocques, um de seus professores em Toulouse.
 
"A Grande Odalisca"
Seu trabalho foi marcado pela pintura idealizada. Os nus femininos apresentavam mulheres em posições lânguidas e muitas vezes impossíveis, ele distorcia o corpo buscando dramatizar mais a cena pintada. Uma de suas obras mais famosas, A Grande Odalisca, exibida em 1819, tem costas anormalmente longas e quadris imensos. Para alcançar esse efeito, ele suprimia a modelagem da figura, para que a impressão de profundidade não interferisse com seu desenho bidimensional. Pelas mesmas razões, a superfície do quadro tinha de ser tão lisa quanto possível e sem marcas óbvias de pincel – a tinta deveria ficar tão fina e bem espalhada “como a casca de uma cebola”, acreditava ele. Para Ingres, o processo de desenhar e rascunhar era uma espécie de busca da perfeição, de uma forma ideal e platônica. Buscou inspiração no trabalho de Rafael Sanzio, tanto que chegou a lhe tomar emprestada a graciosa cabeça de uma pintura da Virgem no quadro Madonna Della Seggiola, para sua célebre A Grande Odalisca.
 
Perfis Gregos
Ingress acreditava que a “forma interior” de uma figura podia ser expressa só com um contorno. Por isso, ele preferia desenhar as pessoas de perfil, usando uma sinuosa linha contínua. Essa influência da antiga arte grega é um ponto em comum entre os desenhos de Ingres e os de Pablo Picasso.

Enquanto era tido por seus contemporâneos como sumo pontífice do neoclassicismo, acatando suas regras e preceitos em cada pormenor, a contradição central da assaz contraditória  arte de Ingres é que ele era um pintor inteiramente individualista. No fim, foram seus trejeitos pessoais, sua abordagem clássica de temáticas românticas, suas obsessões e maneirismos que o tornaram proeminente, muito mais que sua adesão ao credo acadêmico. Suas maiores obras, como observou o poeta Baudelaire, “são o produto de uma natureza profundamente sensual”.

"Rogério Libertando Angélica"
Os primeiros trabalhos realmente importantes de Ingres foram retratos, tanto que em 1803 recebeu a encomenda de um retrato do jovem Napoleão, na época primeiro cônsul da França. Aliás Ingres foi sempre patrocinado por sucessivos mandatários da França. O retrato do influente proprietário do Journal dês Débats, aos 66 anos, é considerado uma das obras-primas de Ingres. Há quem afirme que o artista conseguiu captar nesse retrato a própria alma da burguesia francesa da época.


"A Condessa d'Haussonville"
 "Monsieur Bertin"
Principais datas:
1780 Nasce em 29 de agosto, em Montauban.
1797 vai para Paris; trabalha no estúdio de Jacques-Louis David.
1801 ganha o Prêmio de Roma.
1806 tranfere-se para Roma.
1808 pinta A Banhista de Valpinçon.
1813 se casa pela primeira vez.
1814 pinta A Grande Odalisca.
1814/1815 cai o Império de Napoleão; Ingres perde a clientela francesa.
1824 depois de um período  de ostracismo, é aclamado no Salão de Paris.
1834 torna-se diretor da Academia de França em Roma.
1841 volta a Paris.
1849 morre sua primeira esposa.
1852 casa pela segunda vez.
1863 termina O Banho Turco.
1867 morre em Paris no dia 14 de janeiro.

Informações coletadas do livro "Os grandes Artistas" - Neoclassicismo David, Ingres e Lorran, da Editora Nova Cultural.

sábado, 12 de março de 2011

Vinte Mil Léguas Submarinas

Corria o ano de 1966 e inesperadamente o mundo foi abalado por acontecimento fantástico, fenômeno inexplicável. Vários navios e embarcações haviam cruzado caminho no mar com uma coisa enorme e não identificada. Era longo, fusiforme e às vezes fosforescente, infinitamente maior e mais veloz que uma baleia. Muitas especulações foram lançadas à público, mas não elucidavam do que se tratava. Em início de 1867, quando o assunto parecia encerrado, novos fatos preocuparam os continentes. Navio com vários passageiros à bordo, vindos do Canadá, havia colidido com algo inexplicável, quase afundando. A partir de um segundo incidente, todo sinistro ocorrido no mar e de causa desconhecida, era atribuído ao monstro. Visando garantir a segurança marítima, o governo dos Estados Unidos decidiu lançar o navio Abraão Lincoln em perseguição do monstro, que supunham ser um enorme narval (um cetáceo de grande porte com um dente incisivo que se projeta como um chifre).

O Sr. Aronnax, professor adjunto no Museu de História Natural, de Paris, foi convidado a fazer parte deste empreendimento, aceitando o convite e levando com sigo seu fiel assistente e criado, Conselho. À bordo do navio, toda a tripulação estava desejosa de encontrar e dar cabo do narval que vinha trazendo perigo aos mares. Todos observavam as águas com extremo interesse, mas decorridos alguns meses e não havendo nenhum sinal do temido narval, os homens aos poucos iam perdendo o ânimo. Diante do descontentamento dos tripulantes, o capitão Farragut decidiu que procurariam ainda por três dias e findo esse prazo, caso o monstro não aparecesse, voltariam à terra firme.  Nos dias que se seguiram, em meio ao silêncio geral, ouviu-se um grito do marinheiro Ned Land, que avistara o narval, dando o alarme. O navio saiu em perseguição que durou dias, e quando finalmente conseguiram se aproximar, um choque medonho fez com que três homens caíssem ao mar, Aronnax, Conselho e Ned Land, que se viram lançados à própria sorte e sobre o temido monstro, que com extremo espanto tratava-se não de um animal, mas sim de obra de engenharia humana. Recolhidos ao seu interior, viram que se tratava de um submarino jamais pensado e que seu Capitão e criador, Nemo, assim como sua tripulação, viviam de maneira isolada sem nunca descer à terra, tirando tudo de que necessitavam dos mares. Por obra do acaso, eles três também haviam sido destinados ao confinamento, pois o Capitão Nemo jamais deixaria saírem do Náutilo.

Acredito que a maioria das pessoas já tenha no mínimo ouvido falar desta obra literária, que até hoje gera muita polêmica e encantamento, visto que Júlio Verne concebeu com sua imaginação, tecnologia e natureza que ainda eram desconhecidas naquela época. Podemos dizer que o autor foi um visionário ao escrever sobre as aventuras do Capitão Nemo no seu submarino Náutilo.
Eu mesma o li por esses motivos, mas a narrativa muitas vezes se torna cansativa, pois menciona termos náuticos e nomes de espécimes marinhos demais, dificultando o entrosamento com a história.



Sobre o Autor
Júlio Verne nasceu em Nantes, França, em 1828. Dramaturgo, em 1850, sua primeira peça foi levada ao teatro, pelas mãos de Alexandre Dumas. Ajudado por outros amigos, conseguiu um emprego no Teatro Lírico, depois publicando o conto “Uma viagem em balão” na revista infantil “Le Musée des Familles”. 'Cinco semanas num balão', romance inspirado nesse conto, foi lançado em 1863, sendo bem recebido pelo público. Foi autor de cerca de cem livros e um dos escritores mais influentes de sua época. São dele, entre outros: 'Aventuras do capitão Hatteras', 'Viagem ao centro da Terra', 'Da Terra à Lua', 'Os filhos do capitão Grant', 'Vinte mil léguas submarinas', 'À roda da Lua', 'A volta ao mundo em oitenta dias' - um dos maiores sucessos editoriais do século XIX - , 'O doutor Ox', 'Miguel Strogoff'. Faleceu em 1905.

O romancista francês Júlio Verne conseguiu 'profetizar' muitos avanços científicos - o submarino, a televisão, viagens espaciais. Embora a obra de Verne se dirigisse basicamente a um público juvenil e popular, a crítica moderna realça a enigmática beleza de muitos de seus romances. Curiosamente, Verne nunca saiu da França, embora seus relatos narrassem, com exatidão, as mais distantes regiões do planeta. Ele uniu ao vigor narrativo sua convicção no progresso da humanidade. 'Vinte mil léguas submarinas' (1870), um dos seus mais conhecidos romances, pertence ao ciclo das 'Voyages' e conta as incríveis aventuras do capitão Nemo a bordo do submarino Náutilo.
 (texto extraído do site da livraria Cultura www.livrariacultura.com.br)

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher

Tão discreta e gentil se me afigura
ao saudar, quando passa, a minha amada,
que a língua não consegue dizer nada
e a fitá-la, o olhar não se aventura.

Ela se vai, sentindo-se louvada,
envolta de modéstia nobre e pura.
Parece que do céu essa criatura
para atestar milagre foi baixada.

Ao que a contempla infunde tal prazer,
pelos olhos transmite tal dulçor,
que só quem prova pode compreender.
E assim, parece, o seu semblante inspira
um delicado espírito de amor
que vai dizendo ao coração: Suspira!
Dante Alighieri, Soneto, Vita Nova.
Tradução: Henriqueta Lisboa

     







                        





                                                               Amar ! 
  
                                                               Eu quero amar, amar perdidamente!
                                                               Amar só por amar: aqui... além...
                                                               Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
                                                               Amar! Amar! E não amar ninguém!
                                                               Recordar? Esquecer? Indiferente!...
                                                               Prender ou desprender? É mal? É bem?
                                                               Quem disser que se pode amar alguém
                                                               Durante a vida inteira é porque mente!
                                                               Há uma primavera em cada vida:
                                                               É preciso cantá-la assim florida,
                                                               Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
                                                               E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
                                                               Que seja a minha noite uma alvorada,
                                                               Que me saiba perder... pra me encontrar...
                                                               Florbela Espanca



Mulher,

Que em tantas eras desperta o que há de melhor e de pior nos homens
Que encerra em cada curva do corpo, mistérios insondáveis
E em cada sorriso, o despertar de um novo amanhecer.
Valorize pois a tua natureza, e não corra atrás do que não te pertence!
Vai e vive a tua vida, com a dignidade que tua raça merece
Não te deixe menosprezar, tentando se igualar ao que não és
Olha para si, para o centro do teu ser
De onde todo amor verdadeiro nasceu.
Usa teu corpo de forma sábia
Como o receptáculo dos sentimentos puros que é
E de onde toda vida descende!
Jade

domingo, 6 de março de 2011

Aniversário do Blog e Michelangelo

 

Aniversário do Blog e Michelangelo


Hoje é o 1º aniversário do blog!

E como não poderia passar em branco, resolvi fazer um post sobre alguém muito especial, que também nasceu em 06 de março, estou falando nada mais nada menos do que Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni (conhecido apenas como Michelangelo), que nasceu em Caprese, perto de Arezzo, em 1475 e morreu em Roma em 1564, aos 89 anos, o que é espantoso para aquela época.

Oriundo da Toscana, terra que amo mesmo à distância e com a qual sempre esbarro por aí, Michelangelo passou grande parte da vida em Roma, trabalhando para os papas. Seu extraordinário poder de criação e a diversidade de sua arte genial trouxeram-lhe a fama de “divino”.

Viveu trabalhando contínua e arduamente na sujeira, em meio a tintas, formões, lascas de pedra e fôrmas para bronze. Foi recompensado com a eternidade, pois seu gênio iluminará o homem enquanto essa criatura existir e apreciar a beleza.

Fico imaginando esse homem trabalhando na oficina, as mãos ressequidas e trincadas pelos materiais e ferramentas usados, a roupa toda manchada e puída, os cabelos desalinhados, mas seu semblante, ah!...deveria resplandecer quando concluía cada trabalho, cada obra de arte já concebida em sua mente abençoada por tal dom.
Muitos não sabem, mas ele também escreveu poemas, cerca de 300, dos quais 50 foram selecionados e divulgados no livro “Cinqüenta Poemas”, primeira edição em 2007.

Em seus últimos trabalhos, como o Juízo Final, o corpo do ser humano tornou-se uma ferramenta para expressar a extensa gama das emoções dessa criatura. As figuras contorcidas revelam um lado muito  pessoal da arte de Michelangelo: em quase todos os seus trabalhos, os homens são exibidos lutando e, de acordo com muitos críticos, são caracterizados  por um senso de frustração agonizante. Aqui, temos uma verdadeira enciclopédia de movimentos e gestos humanos, com expressões que vão do terror à beatitude, do sofrimento à alegria e ao êxtase. Michelangelo podia manipular o corpo humano porque possuía uma compreensão enciclopédica de sua anatomia em movimento. Fazia inúmeros desenhos do modelo e, tendo dissecado cadáveres por muito tempo, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia. Surpreendentemente, jamais repetiu qualquer gesto, demonstrando que cada detalhe de sua obra foi impresso em sua espantosa memória visual.

A despeito de suas gigantescas realizações como pintor e arquiteto, Michelangelo sempre achou que sua vocação era a de escultor. Sem dúvida, todos os grandes trabalhos de pintura e arquitetura, tanto no teto da Capela Sistina, como na construção da Basílica de São Pedro, foram executados sob protesto, uma vez que o afastavam de seu amado mármore. Escultores da Antiguidade clássica e mestres da Renascença, como Donatello e Mesaccio, foram a fonte de inspiração de Michelangelo, que criou um estilo inigualável. Ao talhar o mármore, trabalhando da frente do bloco para a parte posterior, acreditava estar liberando uma figura presa dentro da pedra. Essa “figura” era o conceito, que preexistia na mente do artista.

"Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a vêem."

"Observei o anjo gravado no mármore, até que eu o libertasse."

 Tinha uma concepção escultural do desenho e da pintura, e achava que um quadro deveria ser julgado pelos resultados que viesse a obter em termos tridimensionais.

“Afirmo que a pintura fica melhor à medida que se aproxima do relevo, e o relevo fica pior à medida que se aproxima da pintura”.

Uma prova de resistência
Michelangelo pintou o teto da Capela Sistina em pé, e não deitado no andaime. E recusou o auxílio de outros pintores, convocados pelo papa para trabalharem com ele. Fez questão de pintar tudo sozinho. Num poema satírico dedicado, segundo Giorgio Vasari, a Giovanni da Pistoia, o artista se queixava de que o trabalho o estava deixando corcunda e deformado. Também a visão de Michelangelo foi muito prejudicada pelos quatro anos de esforço e por tantas gotas de tinta que lhe caiam nos olhos. O estranho esquema foi inspirado pelas palavras do hino latino Dies Irae, bem como pelo Inferno de Dante, poema que sabia de cor. Tão logo o afresco foi inaugurado, surgiram inúmeras controvérsias quanto ao estilo e uma revolta generalizada contra a nudez das figuras, que foram consideradas obscenas para esse contexto religioso. Finalmente, decidiu-se vestir as figuras com panos ou roupas e a tarefa foi executada, após a morte de Michelangelo, por uma pequena equipe de pintores, ironicamente apelidados de “os veste-traseiros”.

"A perfeição é feita de pequenos detalhes - não é apenas um detalhe."

A Arquitetura de Michelangelo também foi calçada sobre o modelo da escultura. Nos primeiros trabalhos, tais como a fachada da Igreja de São Lourenço e as Sepulturas da Capela Médici, a escultura serviu de base para o projeto arquitetônico.

Entre suas obras mais conhecidas, temos a pintura do Gênesis e o Juízo Final (teto, de 1508 a 1512 e a parede do altar, de 1536 a 1541 Capela Sistina); as esculturas Pietá, de 1497 a 1500 Basílica de São Pedro, David e Moisés.


Informações coletadas do livro "Os grandes Artistas" - Michelangelo, Da Vinci e Botticelli, da Editora Nova Cultural.
 
Davi


Detalhe Davi
  
Moisés

Detalhe da Pietá


Detalhe da Pietá


Detalhe da Pietá
 

quinta-feira, 3 de março de 2011

Meu Primeiro Livro

Nem sei como havia esquecido, mas ainda tenho meu primeiro livro!
Aquele que me deram de presente quando ainda nem sabia ler direito. Pelo menos meu nome já sabia escrever, tanto que o escrevi na primeira folha desse livro.

Olhando nos meus guardados, achei ele amarelecido pelo tempo. Vejam o nome da relíquia... “História de Maricota”. É um livro contado em versos, bem bonitinhos, que passam a mensagem de que devemos ser bons para com nossos semelhantes e outros seres vivos.
 


Olha a capa do meu:


Maricota Serelepe
Era menina travessa...
Não havia disciplina
Que lhe dobrasse a cabeça.
Gostava de más respostas.
Na escola, em casa, nas ruas,
Vivia desordenada
A fazer sempre das suas.
Em vão, ganhava conselhos
Dos amigos para o bem.
Maricota Serelepe
Não atendia a ninguém.
Não era apenas sapeca:
Fugia a qualquer dever.
Vivia a brutalidade,
Fazia o mal por prazer [...]




Alguém ainda se lembra do seu primeiro livro? ....rsrs.

Na época eu nem poderia imaginar, mas se trata de um livro espírita, dado por uma amiga de minha mãe. Aliás, somente agora, quando lembrei dele, é que me dei por conta, pois fazia muitos anos que não o pegava nas mãos.

terça-feira, 1 de março de 2011

Incentivo à Leitura


"Um livro não é apenas um amigo, ele faz amizades para você. Quando você possui um livro com a mente e o espírito, você é enriquecido. Mas quando você passa o livro adiante você triplica sua riqueza".

Henry Miller


Nas minhas trocas de informações e pesquisas na internet, encontrei algumas coisas super interessantes sobre livros e pessoas que desejam compartilhar a leitura. Em vários lugares existem projetos como o "Livro sem Dono" de Nova Petrópolis/RS e "Livro Errante" de Recife/PE, São José do Rio Preto/SP e Maceió/AL. Um livro é deixado num lugar público, a fim de ser encontrado e levado por alguma pessoa, que depois de ler, deve também passar adiante para não quebrar a corrente.

Eu estava falando com uma amiga sobre isso e ela me contou que aconteceu com ela, que coincidência!
Uma tia dela encontrou um livro chamado “Peixe Dourado de J.M.G. Le Clézio” em Santa Catarina e o trouxe para ela. A iniciativa nesse caso, foi da Livraria Catarinense, que cola um selo na capa do livro, onde se lê “Passe Adiante” e dentro tem uma etiqueta, conforme imagem abaixo. Muito legal!



Também esbarrei no Projeto BookCrossing, sobre o qual compartilho aqui

O que é BookCrossing?
O BookCrossing é um conceito que pode ser resumido como a prática de deixar um livro num local público, para ser encontrado e lido por outro leitor, que por sua vez deverá fazer o mesmo. O objetivo do Bookcrossing é “transformar o mundo inteiro numa biblioteca”. Os membros desta comunidade de leitores, que não conhece limites geográficos,  possuem um sentimento de partilha tão grande que não se importam de libertar seus próprios livros em locais como cafés, transportes públicos, bancos de praças e outros lugares que a imaginação ditar, para que outras pessoas os possam ler, ao invés de manter as obras paradas nas estantes. É uma forma de tornar o acesso à cultura e especificamente à leitura verdadeiramente universal.

História
O BookCrossing foi concebido em 2001 pelo programador Ron Hornbaker. No mês seguinte foi lançado o site www.bookcrossing.com. Desde então, o movimento tem crescido exponencialmente, tornando-se global: está presente em 130 países, com mais de 6,2 milhões de livros registrados e 852 mil membros.

Processo
O fato de alguém encontrar um livro registado no BookCrossing não implica que tenha que registrá-lo no site, já que pode deixar um comentário anônimo ao livro. No entanto, quem desejar usufruir plenamente do site (participar dos fóruns, registar seus próprios livros, etc.) e juntar-se à comunidade, terá de se inscrever. A inscrição é totalmente gratuita e anônima, sendo que o novo membro terá apenas de criar uma identidade virtual que o identificará sempre que fizer novos registos no site. O BookCrossing baseia-se no conceito básico “Ler, Registar e Libertar”: Leia um bom livro, Registre-o no site para adquirir o número BCID e Liberte-o, passando para um amigo ou deixando-o em um local público.

Mais informações acesse AQUI

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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