domingo, 21 de outubro de 2012

Madame Bovary


Pintura de Jean Honoré  Fragonard - The Reader
Madame Bovary nos traz os sonhos e amarguras de Emma Bovary. Uma jovem mulher, que  iludida pela leitura de romances açucarados, esperava encontrar no casamento aquela terra de sonhos, onde a paixão traria aventuras para sua vida simples e reclusa. Primeiro educada em um convento e depois morando isolada na fazendo de seu pai. Sua imaginação antes contida, ganha asas ao se deparar com um pretendente, no qual ela deposita as esperanças de uma reviravolta do destino. Porém logo percebe que está fadada a uma existência medíocre, vivendo ao lado de um homem sem criatividade ou ambição e que não entende as sutilezas do amor ou as amarguras que se acumulam em seu coração. Movida por estes sentimentos e na esperança de ainda ser feliz, Emma se deixa envolver pelo típico conquistador barato. Rodolphe Boulanger. Que vê nela apenas uma aventura. Entregue à paixão e todas suas implicações, Emma mergulha cada vez mais naquela relação, agindo de maneira imprudente. Paralelamente ela compromete cada vez mais a renda familiar, se endividando na compra de objetos, adornos e itens de toillete. Rodolphe, como era de se esperar, se cansa de Emma e usando de um subterfúgio qualquer a abandona à realidade. Entregue  à sua dor, Emma sofre e tenta se deixar levar por sentimentos mais elevados, mas o reencontro com um antigo amor platônico acaba por arrastá-la novamente ao adultério. Seu marido não desconfia de nada, seguindo com seu trabalho e vida de maneira prosaica, enquanto a esposa eternamente descontente, vive uma vida de enganos, que acabarão por enredar a todos de forma irreparável.

A história em si não é o que prende sua  leitura, pois o tema é bastante comum, mas sim a desenvoltura do autor, que nos  envolve com sua escrita impecável e estilo. Uma leitura que encanta pelo talento do autor e sua sensibilidade ao captar os sentimentos humanos transformando-os em palavras. Uma cena quotidiana é elevada a algo mais artístico como vemos a seguir:

"Lucia avançava, acompanhada de suas damas, com uma coroa de flores de laranjeira nos cabelos, mais pálida que o cetim branco do vestido. Emma recordava o dia de seu casamento, revendo-se em meio aos trigais, no caminho que levava à igreja. Por que não resistira, não suplicara, como a noiva no palco? Estava alegre, ao contrário, sem perceber o abismo em que se precipitava... Ah, se, no frescor de sua beleza, antes da profanação do casamento e da desilusão do adultério, ela pudesse ter colocado sua vida num coração sólido, confundindo assim a virtude, a ternura, a volúpia e o dever, jamais tão grande felicidade seria destruída. Mas essa felicidade, sem dúvida, era uma mentira imaginada pelo desespero dos desejos. Ela conhecia agora a pequenez das paixões que a arte exagerava".

Madame Bovary é um marco na história da literatura, por ser considerado o primeiro romance realista. Ao que tudo indica Flaubert não teria propriamente inventado o enredo nem os personagens, mas sim baseado-se em fatos e pessoas reais. Na época em que o livro foi escrito os romances eram considerados indecentes e corruptores, sendo proibidos às mocinhas. Em 1857, foi movido um processo contra o autor, Gustave Flaubert, perante a Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena. Flaubert foi absolvido pelos juízes, mas não pelos puritanos, que não lhe perdoariam o tratamento cru do tema: Adultério.

“O Bovarismo”
O ensaísta Jules de Gaultier propôs esse termo em dois livros sucessivos: primeiro, em Le bovarysme, la psychologie dans l’oeuvre de Flaubert (O bovarismo, a psicologia na obra de Flaubert), de 1892, e em seguida em Le bovarysme, essai sur le pouvoir d’imaginer (O bovarismo, ensaio sobre a capacidade de imaginar), de 1902: “Emma personificou essa doença original da alma humana, para a qual seu nome pode servir de rótulo, se entendermos por ‘bovarismo’ a faculdade que faz o ser humano conceber a si mesmo de outro modo que não aquele que é na verdade”. Ou seja, o bovarismo consiste em “se imaginar diferente do que se é”. Essa capacidade remete não a uma fraqueza de caráter, mas a um funcionamento psicológico, típico da espécie humana. (fonte UOL, reportagem de Sebastian Dieguez)

Vejam aqui neste trecho como isto fica bem evidenciado na personagem:


“Não importava. Ela não era feliz, jamais o fora. De onde vinha então aquela insuficiência em sua vida, aquela podridão instantânea das coisas em que ela tocava? Mas se havia em algum lugar um ser forte e belo, uma natureza valorosa, cheia ao mesmo tempo de entusiasmo e de refinamento, um coração de poeta sob a forma de anjo, lira com cordas de bronze tocando no céu epitalâmios elegíacos, por que, por acaso, não haveria de encontrar? Oh! Que impossibilidade! Nada, aliás, valia o desgosto de uma busca; tudo era mentira! Cada sorriso escondia um bocejo de aborrecimento; cada alegria, uma maldição; cada prazer, um desgosto; e os melhores beijos não deixavam nos lábios senão um desejo irrealizável de uma volúpia maior”.

Abraço
Jade


domingo, 14 de outubro de 2012

Leonardo N. Silva




Sinceras mentiras

x5(Corra...)
Contra o tempo contos de fadas são mentiras, mas você me contou.
Por que?
Por que?
A rainha não foi levada até o baile.
Você encheu meu mundo de mentiras e me deixou cego.
Por que?
Por que?
Você despedaçou meu coração sem motivos.
Eu estou morto. 
Ao menos poderia ter perguntado se eu queria ouvir.
Não você quebrou meus ossos.
Você me deixou cego.  
Prove a maçã encantada e se esconda da luz.
Pinte as rosas brancas de vermelho.
E ainda assim você se esconde atrás das árvores.
Seu silêncio me assombra. 
Suas palavras me matam.
Meu coração procura pelo último beijo seu. 
Caindo em sono profundo.
Você derramou mentiras sobre o meu corpo.
E ainda vou perdoar você.
O que vai acontecer com nós?
Nós vamos nos salvar?
Seja justa e sincera.
O que vai acontecer com nós?
Nós vamos nos salvar?
Esse oceano nos separou.
Estou ficando sufocado.
Cante como um anjo.
Em seu sorriso vejo vitimas, sorria...
Esse é o meu último pedido.
Arrebente a corda.
Estou ficando sufocado.

Os Procurados


Ando por suas ruas, e ganho todo o seu dinheiro, mas agora estou sendo procurado.
Onde os prédios gritam por nossos nomes e hipócritas marcham em frente,
Os revoltados estão andando por aí sem medo.
Cartazes nossos estão espalhados por todo o lado, anúncios falsos, mas DEUS está do nosso lado.
E todas as nossas velhas fotos estão desaparecendo do espelho.
Falsas informações nossas sendo divulgadas na mídia, para dar lucro.
O seu vizinho é seu inimigo.
Procurados!
A velha civilização está sendo condenada.
Mortes desnecessárias. 
Manipulação sim!
Você está cego?
Isso é um jogo, e tem um fim (GAME OVER).
Dinheiro para nós não importa, por que ninguém está acima de ninguém.
A cada segundo mil crianças morrem de fome.
Enquanto bilhões são roubados.
Nós estamos sendo procurados por que falamos a verdade.
3x(Procurados)!
Nós estamos matando a nossa própria raça.
5x(Procurados)!
Nós estamos sendo procurados por que falamos a verdade.
5x(Procurados)!
Você está matando o DEUS do seu filho que nasceu! 
5x(Procurados)

Virgem

Eu preciso de um amor para amar sem medo e para não ficar sozinho.
Você se esqueceu de mim?
As nuvens se mexem e eu entro em sua casa à noite.
A luz que ilumina os nossos corações.
Você se esqueceu de mim?
Os anjos cantam corretamente juntos.
2x(Minha pequena flor debaixo da árvore tirei a sua virgindade) e
Os canhões explodem. 
5x(Os nossos dias nunca voltarão).



Tão jovem e ao mesmo tempo incrivelmente maduro, assim é nosso artista, Leonardo  N. Silva. Inspirado nas músicas de rock que escuta e curti, escreveu essas letras de músicas, demonstrando mais uma faceta do artista que nele habita.

O artista que há em cada um de nós pode se manifestar de tantas formas que o mundo das artes jamais será um lugar comum. É surpreendente como algumas pessoas demonstram um talento inato, que se aprimora e floresce na passagem dos anos. É uma centelha que surge para iluminar nossos dias mais sombrios, descortinando o mundo sob uma nova visão.

Obrigada a todos esses artistas que sempre nos surpreendem.

Abraço
Jade




domingo, 7 de outubro de 2012

Cinquenta Tons de Cinza


Anastásia Steele é uma jovem ingênua e sem experiências no campo do amor e do sexo, e vive sua vida de forma simples. Já no final da faculdade de literatura, divide uma casa com a grande amiga Kate, que a convenceu de substituí-la numa entrevista com o enigmático Christian Grey. Fazia meses que Kate havia conseguido marcar essa entrevista à base de muita persistência, e justamente quando chegou o momento, caiu abatida por uma gripe. Anastásia não poderia dizer não à amiga, mas amaldiçoava o resfriado que a colocara naquela situação. Ao chegar na sede da empresa do Sr. Grey, foi surpreendida por um prédio de aparência bela mas fria e onde todos pareciam imaculadamente vestidos. Sentiu-se deslocada, mas estava ali com um objetivo que não era seu e tudo que queria era que terminasse logo. Ao ser introduzida na sala de Christian Grey, para sua surpresa, se deparou com um homem, jovem e atraente, que não parecia ter chegado aos trinta anos ainda. Quando suas mãos se tocaram, uma onda de choque pareceu percorrer seu corpo, deixando-a desconcertada. As maneiras dele eram acima de tudo educadas, mas parecia genuinamente interessado nela. O que começou como uma entrevista do grande empresário se inverteu e entrevistadora acabou se tornando entrevistada. Algo nele a deixava desconcertada mas não sabia o que era, ou melhor, não queria admitir. A química entre os dois foi muito forte e alguns dias depois, Anastásia é surpreendida pela aparição do Sr. Grey na loja onde trabalha. Os dois começam a se ver e o relacionamento deles evolui de uma maneira que ela jamais sonharia, mas não exatamente da forma desejada. O Sr. Christian gostoso Grey não quer exatamente um amor e sim uma submissa com assinatura de contrato e tudo, e Anastásia se vê num dilema. Ela quer muito ficar com ele, mas não da forma e condições de um contrato de BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo, Masoquismo). O sexo é uma ligação muito forte entre os dois, mas ela quer mais e não sabe se ele pode dar isto à ela.

Tudo bem, o livro prende o leitor por ter um tema empolgante e ser de fácil leitura, contudo... Perdoem-me aqueles que adoraram e que somam nas estatísticas de mais vendido. Definitivamente não é uma referência de literatura. Em princípio agrada mas acaba se tornando repetitivo demais, com muitos clichês, caindo para um tipo de livro muito parecido com aqueles antigos romances de bancas de revistas, lembram? Tipo Sabrina. O personagem Christian Grey é idealizado demais e a Anastásia é fraquinha, mas é minha opinião, tanto que muitas pessoas adoraram e ponto final. Porém penso que o mais importante é ler. Quando eu era criança comecei com os livros infantis, gibis, livros de banca e assim fui evoluindo pelo mundo das palavras, mas cada um tem suas próprias preferências então é ler e ver se vai curtir ou não.

Abraços
Jade

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Velho e o Mar





"Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos, que eram da cor do mar, alegres e indomáveis".
Ernest Hemingway






Nosso personagem central se trata de um velho pescador magro, com a pele marcada pelo tempo e o sol de pescarias incontáveis, cujos olhos refletem o que se passa por sua alma. Seu nome é Santiago e mesmo depois de 84 dias sem fisgar um bom peixe, ele não se deixa abater, seja pela idade, pelas piadas dos mais jovens ou até mesmo pela luta que trava dentro de si mesmo. A única pessoa que realmente o apóia, é um rapazinho chamado Manolin, a quem ensinou a arte da pescaria, mas ele já não pode acompanhá-lo. Convencidos de que Santiago se tornara um salao, isto é, azarento da pior espécie, seus pais o mandaram trabalhar em outro barco. O rapaz gosta de Santiago e o admira e não perde sua fé nele. É o octogésimo quinto dia e o velho e sua canoa deslizam mar à dentro, tendo por companhia apenas seus pensamentos. Era cedo ainda e o sol nem havia despontado no horizonte, mas as horas passavam rápido e  justamente quando pensava em dormir um pouco, viu uma das varas verdes dobrar-se violentamente. Era o peixe tão esperado! Mais do que saber ele sentia.

A narrativa nos remete a uma forte idéia de que não devemos desistir de nossos sonhos, por mais que eles nos pareçam impossíveis, assim como nos lembra de que devemos respeitar a sabedoria dos mais velhos.

“Pode ser que eu não esteja tão forte como penso, admitiu o velho, mas conheço todos os truques e não me falta decisão”. Ao ler esta frase do livro, lembrei imediatamente de um texto de Cora Coralina:

"Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
Cora Coralina

Apreciei muito a mensagem do livro, porém não me senti muito empolgada com a leitura, pois a história toda se passa no barco em torno de Santiago, “o velho”. Praticamente não existe uma interação com outros personagens, a não ser no início do livro, quando o velho conversa com Manolin antes de sair ao mar. Com certeza a forma como o autor desenvolveu a narrativa foi proposital para reforçar a idéia central da história e sua mensagem, mas com isto ao mesmo tempo deixou de ser mais envolvente. Ao menos para o momento atual da literatura.

Abraço
Jade


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Apaixonados

Dia de São Valentim... quatro histórias de amor.

Neste livro os apaixonados pela série Fallen poderão conhecer um pouco sobre a vida de seis personagens e que amar nem sempre é fácil. Um livro leve e que consegue ser absorvido sem grande esforço. Ideal para um dia de chuva e tempo sobrando, tanto que li em um dia.

São quatro contos simbolizando facetas diferentes do amor: Inesperado; Não correspondido; Proibido e Eterno.


 Leia e veja com qual delas se identifica ou talvez com nenhuma. Amor, uma palavra pequena e de grande significado; tão fácil de se escrever e tão difícil de definir. 



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Prisioneiro do Céu



Nem tudo adormece para sempre em seu leito no passado.

Barcelona, dezembro de 1957
Naquele ano, o Natal  deu para amanhecer  todo dia  vestido de chumbo e geada... e os negócios na livraria dos Sempere não iam muito bem. Daniel dividia suas preocupações entre a baixa venda de livros e a saúde de seu grande amigo, Fermín Romero de Torres. Ele não parecia o mesmo, era como se carregasse o peso do mundo nas costas. E neste contexto, em um dia que Daniel estava sozinho na livraria, um homem de olhar frio e andar capenga entrou na loja e comprou um caro exemplar do Conde de Montecristo. O mais inusitado foi o fato daquele indivíduo não levar o livro, e sim pedir que fosse entregue de presente. Antes de partir, deixou algo escrito na primeira página e que Daniel imaginou se tratar de uma dedicatória, mas surpreendeu-se ao ler a quem se destinava: “Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro. 13”. Ao levantar os olhos do livro, o estranho já havia partido, mas ainda era possível velo mancando por entre as pessoas nas ruas. Sem hesitar Daniel seguiu seus instintos e resolveu sair no encalço daquele homem misterioso. Nessa busca por respostas, Daniel acaba  descobrindo que Fermín Romero de Torres, não apareceu por acaso em sua vida e que seu passado é digno de um romance policial. No ano de 1939, Fermín dava entrada na antiga fortaleza de Montjuic. Um lugar de onde nunca teria saído com vida, não fosse pela ajuda do prisioneiro do céu, David Martín. Nosso querido personagem central do livro O Jogo do Anjo. As histórias do dois livros vão se entrelaçando de forma envolvente e assim descobrimos mais sobre Fermín, este personagem de humor inteligente e ácido, que às vezes nos faz rir sozinhos com suas pinceladas humoradas sobre os dramas da vida real. Fermín que hoje se prepara para casar com a mulher amada, vê sua felicidade manchada de cinza ao temer que não seja possível sustentar a identidade que criou a tantos anos atrás e que já faz parte de quem ele é. Ao contar sua história para Daniel, inevitavelmente sombras do passado se aproximarão de forma ameaçadora sobre a felicidade de ambos, deixando suas marcas para sempre em Daniel.

Mais uma bela obra do admirável escritor Carlos Ruiz Zafón. Este homem das letras que consegue unir talento e criatividade, numa literatura escrita de forma poética, sem ser cansativa, pelo contrário, envolvente. O Prisioneiro do Céu nos traz de volta alguns personagens do livro O Jogo do Anjo e A Sombra do Vento, nos aproximando mais de suas histórias pessoais. Os romances estão ligados entre si através dos personagens e na abertura do Prisioneiro do Céu, tal fato é comentado com a informação de que a série do Cemitério dos Livros Esquecidos pode ser lida em qualquer ordem  e separadamente. Contudo, ainda penso que melhor mesmo é ler na seqüência. Fica a dica para quem não leu nenhum ainda. Em tal hipótese, poderão ver a resenha  dos outros dois livros da série, clicando nos títulos deles a seguir: A Sombra do Vento, O Jogo do Anjo.

Boa leitura
Abraço
Jade

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Arte com velas perfumadas

Gramado...  


Não me canso de visitar esta cidade, um pedacinho da Europa no Brasil!

Uma atmosfera de encanto contagia os visitantes. Para quem curte uma boa caminhada, o ar e as paisagens da serra não poderiam ser melhores, ainda mais nesta época em que a proximidade da primavera nos traz as cores e os cheiros das flores, é como caminhar numa perfumaria a céu aberto. Até mesmo os motoristas se tornam mais calmos e mais educados, é o bom astral da cidade fazendo seus efeitos miraculosos nas pessoas.

Realmente como sempre digo, as coisas mais simples são as melhores e que nos trazem mais prazer. 

E por falar em prazeres... estive numa loja em especial que me chamou a atenção. Sua proprietária é também a artista responsável por belas velas decorativas, cujo trabalho diferenciado encanta os visitantes, seja pelo seu visual ou pelos aromas deliciosos que exalam e que são obtidos com o uso de essências de origem francesa.

A loja vende também lamparinas, castiçais, aromatizantes entre outros, vale a pena passar por lá e conferir, e além disto bater um papo com a artista, a simpática Ignes, cuja sensibilidade e habilidade nos encanta os sentidos.

velasgramado@hotmail.com Av. das Hortênsias, 1770 - CENTRO Gramado - RS
para acessar o blog de velas Perfumadas Gramado clique AQUI





Poemas de aroma sem rima


São poemas de aromas os que tenho no meu jardim
São danças de cheiros voláteis
Rodopios de alecrim
São doces cheiros de café e canela...





São pinceladas de manjerico
Verdejantes na janela
São cheiros e delícias da noite e do dia
É o cheiro do luar que abafa a melodia...
















Melodiosa a árvore e a folha

Ao vento e sem medo
Escondendo o seu cheiro
No meio do arvoredo...











São poemas de aromas os que tenho no meu jardim
São folhas de chá de Lima
Doce ou salgado
Seco ou molhado...













No chávena de uma lágrima
São mesmo assim poemas de aroma
São poemas de aroma sem rima.




Poema extraído do site www.avidadaspalavras.net
para acessar clique AQUI


fotos: Jade






domingo, 12 de agosto de 2012

O Mundo de Sofia


“A capacidade de nos surpreendermos é a única coisa de que precisamos para nos tornar bons filósofos. Não se pode aprender filosofia e sim a pensar filosoficamente”.
Jostein  Gaardner


Sofia Amundsen voltava da escola para casa. Percorrera a primeira parte do caminho em companhia de Jorunn, sua colega de classe.[...] Era um dos primeiros dias de maio. Em alguns jardins, densas coroas de narcisos floriam sob as árvores de frutas.[...] Sofia olhou a caixa de correio, antes de abrir o portão do jardim. [...]

Em geral havia ali folhetos de propaganda e envelopes para sua mãe, mas naquele dia encontrou algo inusitado, uma pequena carta endereçada à Sofia Amundsen, sem remetente ou selo postal. Dentro dele apenas uma pergunta: Quem é você?
Mas seria esta uma pergunta de fácil resposta? Será que estamos preparados para pensar de forma clara e concisa sobre quem somos? Sofia se esforça pensando no assunto e neste processo outras perguntas se formam em sua mente: Vivo hoje mas um dia terei desaparecido; será que havia uma vida após a morte?
Neste meio tempo Sofia resolve conferir novamente a caixa de correio, e estremece da cabeça aos pés ao descobrir outro envelope misterioso como o primeiro. Abriu-o ansiosa e neste continha a seguinte pergunta: De onde vem o mundo?
Ela não fazia  a menor idéia.

É assim que inicia esta obra singular. Um romance que nos leva a acompanhar os passos de Sofia e seu curso de filosofia inteiramente grátis, portanto sem direito à devolução de dinheiro. Seu professor, Alberto Knox, um homem misterioso e culto, passa a ensinar filosofia à Sofia e ao leitor atento que percorre página por página deste interessante livro. Assim como a boa comida, cada nova lição deve ser saboreada e digerida, à medida que a história da filosofia mundial se desenvolve diante de nossos olhos. Este estudo vai desde os pré-socráticos até os pós-modernos, dentro de um contexto histórico que nos leva a meditar sobre o mundo em que vivemos.

Um excelente trabalho, uma obra que vale a pena ser conferida.

Nos consideramos diferentes do restante da natureza porque pensamos e somos conscientes de nossa existência. Mas será que realmente sabemos algo, ou somos apenas grandes especuladores da verdade, buscando respostas para questões elementares e ao mesmo tempo vitais? Mas então me pergunto também, será tão importante assim esta busca incessante de nossa origem no mundo ou apenas uma forma de se distanciar da grande verdade imediata, e da qual a maioria de nós prefere esquecer? O que importa mais, nossa origem ou o que fazemos agora, neste momento? Enquanto eu por exemplo publico este post, tantos outros “seres humanos conscientes”, passam necessidade de itens básicos como comida, teto, educação e afeto...
A natureza INCONSCIENTE?! Assim vemos os demais seres vivos, mas serão eles assim tão inconscientes ou talvez sejamos nós que vivemos à margem da sabedoria que encerra em cada um deles?

Deixo estes pensamentos para vocês refletirem.

Abraços
Jade

“Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido”. 
Dalai Lama

sábado, 9 de junho de 2012

Apaixonados


E por falar em novidades... saiu o lançamento de “Apaixonados, histórias de amor de Fallen”, de Lauren Kate. Este livro revela segredos que  todos guardavam e deixa no ar  a pergunta: O que faz seu coração bater mais forte?

O Amor está no ar...

Inesperado. Não correspondido. Proibido. Eterno.
Todos têm sua história de amor. E o destino conseguiu entrelaçar quatro delas em um romântico e esperado momento na Inglaterra medieval: o Dia de São Valentim.

Seis de nossos queridos personagens da série Fallen vão encontrar o amor no mais inimaginável lugar. Para quem curtiu os três primeiros livros, este, lançado em pleno mês de junho no Brasil, tem tudo a ver com o dia dos namorados e provavelmente seria uma boa opção de presente para os apaixonados pela leitura romântica. A capa a exemplo das outras é muito bonita e tem aquele mesmo efeito aveludado ao toque.

Capa...

Para quem não lembra, as capas desta série são da autoria de Fernanda Brussi, uma Brasileira talentosa na arte da imagem digital Dark, e que também  serviu de modelo para as fotos.

Vejam ao lado as capas dos livros já lançados. Lindas! Mas entre todas, ainda gosto mais da primeira. 

Para quem ainda não leu nenhum destes livros, aproveite a oportunidade e veja os resumos dos livros que eu já li. Basta usar a ferramente de pesquisa do blog.



Não pude resistir, como já deve ter sido fácil perceber, aprecio muito imagens góticas e fotografia, então segue mais do trabalho de Fernando Brussi. Se quiser ver mais, dê uma passadinha no deviantART clicando AQUI  








quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Prisioneiro do Céu


Para aqueles que como eu, se apaixonaram pelo modo envolvente, inteligente e poético de escrever de Carlos Ruiz Zafon, já pode ser encontrado nas livrarias do Brasil o seu mais novo livro
“O Prisioneiro do céu”. 
Ontem estava fazendo compras quando ao passar pela banca de revistas e livros, dei de cara com ele, bem ali ao alcance das mãos!! Como tenho um vale presente da livraria Saraiva, que guardava justamente para algo tão bom assim, acabei deixando para comprar nos próximos dias. Minhas mãos já formigam pela ansiedade!... rsrs.

 “Záfon em estado de graça. Um livro que se devora sem interrupções”.
La Vanguardia

A esperada continuação de A Sombra do Vento, livro que vendeu mais de 13 milhões em todo o mundo.

Vejam o Booktrailer:




Para acessarem um trecho do livro, que a Editora Suma de Letras generosamente colocou à disposição dos internautas clique AQUI 

Bem agora não é mais segredo, quando terminar o livro que estou lendo no momento, já terei algo excelente para prosseguir nas leituras.

P.S. por falar no que estou lendo... sinto muito pela demora em postar novos resumos de livros, mas é que se trata de uma obra para ler e meditar, aliás são duas, pois durante o dia leio uma e à noite outra, e ambas são leituras para serem degustadas e não apenas lidas. Para terem noção, uma terminarei apenas até o final deste ano...  ficam as dicas para tentarem adivinhar do que se trata... rsrs.

Abraços
Jade

sábado, 2 de junho de 2012

Noel Cruz



Noel Cruz é o nome deste artista!

Uma simples boneca é elevada a algo muito mais belo, interessante e artístico nas mãos deste talentoso homem. Vejam abaixo a comparação entre como eram e como ficaram as bonecas inspiradas em personagens do cinema. O modelo inicial ganha vida, em alguns casos confundindo nossos olhos que nos fazem se perguntar, mas é a boneca ou a pessoa?

Fantástico o trabalho de personalização de Noel Cruz, assim quem não fica tentado a comprar uma boneca?
Ao contrário da produção em massa, seu trabalho possui um requinte de detalhamento que faz toda a diferença. Seu foco é na realização de uma pintura com um forte senso de estética e semelhança.

Vejam também na sequência alguns retratos em grafite e carvão. Conforme Noel Cruz, sua paixão pela pintura de celebridades em miniatura vem do seu amor pelos retratos, que desenvolve desde criança.
Maravilhosos!

Noel Cruz nasceu nas Filipinas e hoje mora na Califórnia, segue alguns endereços e forma de contato:

Galeria no deviantART  http://noeling.deviantart.com/ 
Site do artista http://www.ncruz.com/ 














domingo, 20 de maio de 2012

Projeto Estante Pública



Projeto Estante Pública
Por quê colocar  livros em uma parada de ônibus?

“Não deixe morrer um dos melhores e mais acessíveis projetos de leitura comunitária. O conhecimento é a única coisa que ninguém pode nos tirar”.
Jade

As Estantes Públicas foram criadas primariamente para promoverem o acesso da população de Porto Alegre à leitura, é a transvenção(*) posta em prática.
(*)Em Ciências Sociais, é um conceito que trata da relação da sociedade com os espaços públicos onde ela circula. Inicialmente proposto como uma atualização do termo intervenção, uma ação de transvenção se caracteriza por sua colaboratividade.

Os espaços devem ser ocupados no sentido de potencializar a sua existência. Nossa comunidade urbana é especialista em produzir uma imensa quantidade de áreas inúteis, que na falta de uma boa iniciativa, acabam sendo deixadas de lado… ignoradas. A cidade é uma zona de convivência, mas parece que com-viver é o que menos fazemos. Circulamos com nossos objetivos bem delineados e poucas coisas nos fazem parar e observar os outros que passam. Isso acontece mais ainda com quem viaja sozinho em seu automóvel, uma caixa metálica separa o ambiente interno do externo. A Estante Pública aproveita um espaço inutilizado e cria uma área de estar, um ambiente lúdico de descontração. A metáfora nos ajuda a dizer as necessidades da alma. Esse desejo de criar no cotidiano possibilidades de encontro, de contato. O fato da Estante “ser pública” é justamente a ironia de existir sem permissão e ao mesmo tempo oferecer algo em troca. Os espaços públicos existem para o público, que somos nós, todo esse povo que circula nas ruas é criador dessa realidade, afeta e é afetado pelo ambiente. Quando é que vamos colocar a mão na massa e nos responsabillizar por isso? A Estante Pública é um ato cívico que se vale do vandalismo como rompante de expressão. Somos tão comportados não mexendo no que é dos outros que esquecemos de agir naquilo que é nosso. Como entendemos que o que é público não nos pertence temos a justificativa de não precisar contribuir com nada. Por uma moral respeituosa, acabamos por não criar coletivamente. Podemos mudar a ordem das coisas! E isso não é falta de educação, isso é vida na mais alta experiência.

Em última análise, a Estante Pública é um teste de responsabilidade. Atua em um paradoxo da nossa realidade urbana, até que ponto posso mexer no que é do outro? Como posso criar sem destruir? Como atendo as minhas regras individuáis sem ferir as do outro? São armadilhas da vida público-privada… precisamos desarmá-las.
Na foto acima, Luis Flávio Trampo, um dos colaboradores do projeto. Se quiser saber mais sobre o belo trabalho deste artista, veja no post anterior.


Você é o responsável. Preserve os livros, respeite o próximo”.

Locais em que podem ser vistas as estantes públicas:
Av. Independência, esquina Rua João Telles.
Av. Cristóvão Colombo, 724
Av.  Ganzo, esquina Av. Getúlio Vargas
Rua José de Alencar, 311.
Av. Plínio Brasil Milano, 2050.
Av. Ijuí esquina Av. Bagé.

Texto extraído do site http://www.estantepublica.com.br/site/ acesse AQUI o site.

Luis Flavio Trampo




GRAFFITE = Desenho, inscrição, assinatura ou afim, feito com tinta, geralmente de spray, feito em muros, paredes e outras superfícies urbanas. = GRAFITO

Uma forma de arte espontânea e original, que busca  muitas vezes elementos na realidade conhecida para criar uma outra dimensão e que não encontra barreiras, simplesmente surge transformando a paisagem urbana cotidiana em algo belo e inusitado. Uma expressão artística que me cativou nos últimos anos e que me chama a atenção quando estou andando por aí...

Um dia desses, a caminho do trabalho, vi um graffite de pássaros que me chamou a atenção e resolvi descobrir quem era o autor para compartilhar aqui.

Luis Flavio Trampo, Skatista desde 1986, época em que também começou a fazer seus primeiros rabiscos urbanos. Na década de 90, fez parte de grupos que deram os primeiros passos na cultura de rua porto-alegrense, sendo hoje um dos grafiteiros mais respeitados do Rio Grande do Sul. Seu estilo de trabalho é influenciado pela cultura brasileira, desde as tribos indígenas e a xilogravura, até problemas sociais e personagens urbanos. Já expôs na galeria Adesivo e em outros espaços independentes e esteve na Alemanha como muralista. Conhecido por seu trabalho social, Trampo é referência de arte urbana em Porto Alegre, participando tanto como voluntário em oficinas para menores em comunidades carentes, como também transmitindo esse mesmo conhecimento em universidades e workshops. Sua circulação em diferentes meios, se reflete também na sua produção e na multiplicidade da aplicação de suas obras. Independente da forma como faz, seu objetivo é sempre o mesmo, levar a arte para onde as pessoas estão.

Claro que este é apenas um dos temas usados pelo artista, mas como amo passarinhos estou trazendo fotos destes:










sábado, 28 de abril de 2012

A Divina Comédia (post 03)



Imagem de Davide Bischeri

Cheguei ao fim desta obra singular que tanto influenciou artistas e inspirou outros escritores. A terceira e última parte da Divina Comédia fecha com chave de ouro, quando o poeta Dante Alighieri, depois de trilhar o inferno e finalmente ultrapassar o purgatório, chega ao Paraíso, onde é guiado por sua musa amada, Beatriz.

Em termos de grau de dificuldade na leitura, achei o Inferno e o Paraíso mais fáceis em relação ao Purgatório, cujo título já diz tudo, é para purgar. Por este motivo volto a afirmar, é uma obra para ser lida aos poucos, assim haverá tempo de entender e inclusive assimilar certos conceitos filosóficos.

Vejam os primeiros posts da Divina Comédia AQUI e AQUI.


Canto IV – Pág. 434

[...] – Ó tesouro do amor, primeiro, ó diva
(Disse eu), de glória a vossa voz me inunda
E exalta, cada vez mais me enlevando:
Não Obtém ser tão fundo o meu afeto,
Que logre agradecer favores tantos;
Mas supra aquele que vê tudo, e pode.
Compreendo, que nunca o intelecto
Se sacia, não vindo ilumina-lo
Essa verdade donde as mais procedem.
Se a consegue atingir, qual no antro a fera,
Já quedo: Nem vedado é alcança-la,
Ou vãos seriam os desejos nossos.
Por isso a dúvida à feição de broto
Nasce ao pé da verdade; e a Deus natura
Assim de grau nos vai levando.
Isto me anima, dama, e me convida
A rogar-vos com toda reverência
Me aclareis verdade outra a mim obscura.
Saber pretendo se é lícito aos homens
Rotos votos suprir com obras boas,
Que a talante a balança eterna inclinem. –
Olhou-me Beatriz com olhos plenos
De tal fogo de amor, e tão divinos,
Que anulados os meus baixei à terra,
E perdi quase o acordo dos sentidos.


Canto XXII – pág. 537
São Benedito fala ao poeta.

[...]Jacó o Patriarca, quando de anjos
Às suas vistas se mostrou repleta.
Hoje, porém, ninguém na terra busca
Subir os lances seus; e a minha regra
No mundo em letra morta se há tornado.
Os muros, que serviam de abadia,
Tornaram-se espeluncas; e as túnicas,
De farinha corrupta enchidos sacos.
Ao alvitre divino a grave usura
Ofende menos, que a riqueza prava,
Que eiva de insânia o coração dos monges.
É cabedal, quando acumula a igreja,
Da indigência, que em nome de Deus pede;
Não de parentes, ou pior do que eles.
A carne dos mortais é tão pecável,
Que os bons comedimentos menos duram,
Que o roble dês que nasce até dar fruto. [...]


Edição da Editora Pradense
contendo 605 páginas ao todo

Abraço 
Jade

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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