sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Velho e o Mar





"Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos, que eram da cor do mar, alegres e indomáveis".
Ernest Hemingway






Nosso personagem central se trata de um velho pescador magro, com a pele marcada pelo tempo e o sol de pescarias incontáveis, cujos olhos refletem o que se passa por sua alma. Seu nome é Santiago e mesmo depois de 84 dias sem fisgar um bom peixe, ele não se deixa abater, seja pela idade, pelas piadas dos mais jovens ou até mesmo pela luta que trava dentro de si mesmo. A única pessoa que realmente o apóia, é um rapazinho chamado Manolin, a quem ensinou a arte da pescaria, mas ele já não pode acompanhá-lo. Convencidos de que Santiago se tornara um salao, isto é, azarento da pior espécie, seus pais o mandaram trabalhar em outro barco. O rapaz gosta de Santiago e o admira e não perde sua fé nele. É o octogésimo quinto dia e o velho e sua canoa deslizam mar à dentro, tendo por companhia apenas seus pensamentos. Era cedo ainda e o sol nem havia despontado no horizonte, mas as horas passavam rápido e  justamente quando pensava em dormir um pouco, viu uma das varas verdes dobrar-se violentamente. Era o peixe tão esperado! Mais do que saber ele sentia.

A narrativa nos remete a uma forte idéia de que não devemos desistir de nossos sonhos, por mais que eles nos pareçam impossíveis, assim como nos lembra de que devemos respeitar a sabedoria dos mais velhos.

“Pode ser que eu não esteja tão forte como penso, admitiu o velho, mas conheço todos os truques e não me falta decisão”. Ao ler esta frase do livro, lembrei imediatamente de um texto de Cora Coralina:

"Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
Cora Coralina

Apreciei muito a mensagem do livro, porém não me senti muito empolgada com a leitura, pois a história toda se passa no barco em torno de Santiago, “o velho”. Praticamente não existe uma interação com outros personagens, a não ser no início do livro, quando o velho conversa com Manolin antes de sair ao mar. Com certeza a forma como o autor desenvolveu a narrativa foi proposital para reforçar a idéia central da história e sua mensagem, mas com isto ao mesmo tempo deixou de ser mais envolvente. Ao menos para o momento atual da literatura.

Abraço
Jade


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Apaixonados

Dia de São Valentim... quatro histórias de amor.

Neste livro os apaixonados pela série Fallen poderão conhecer um pouco sobre a vida de seis personagens e que amar nem sempre é fácil. Um livro leve e que consegue ser absorvido sem grande esforço. Ideal para um dia de chuva e tempo sobrando, tanto que li em um dia.

São quatro contos simbolizando facetas diferentes do amor: Inesperado; Não correspondido; Proibido e Eterno.


 Leia e veja com qual delas se identifica ou talvez com nenhuma. Amor, uma palavra pequena e de grande significado; tão fácil de se escrever e tão difícil de definir. 



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Prisioneiro do Céu



Nem tudo adormece para sempre em seu leito no passado.

Barcelona, dezembro de 1957
Naquele ano, o Natal  deu para amanhecer  todo dia  vestido de chumbo e geada... e os negócios na livraria dos Sempere não iam muito bem. Daniel dividia suas preocupações entre a baixa venda de livros e a saúde de seu grande amigo, Fermín Romero de Torres. Ele não parecia o mesmo, era como se carregasse o peso do mundo nas costas. E neste contexto, em um dia que Daniel estava sozinho na livraria, um homem de olhar frio e andar capenga entrou na loja e comprou um caro exemplar do Conde de Montecristo. O mais inusitado foi o fato daquele indivíduo não levar o livro, e sim pedir que fosse entregue de presente. Antes de partir, deixou algo escrito na primeira página e que Daniel imaginou se tratar de uma dedicatória, mas surpreendeu-se ao ler a quem se destinava: “Para Fermín Romero de Torres, que retornou de entre os mortos e tem a chave do futuro. 13”. Ao levantar os olhos do livro, o estranho já havia partido, mas ainda era possível velo mancando por entre as pessoas nas ruas. Sem hesitar Daniel seguiu seus instintos e resolveu sair no encalço daquele homem misterioso. Nessa busca por respostas, Daniel acaba  descobrindo que Fermín Romero de Torres, não apareceu por acaso em sua vida e que seu passado é digno de um romance policial. No ano de 1939, Fermín dava entrada na antiga fortaleza de Montjuic. Um lugar de onde nunca teria saído com vida, não fosse pela ajuda do prisioneiro do céu, David Martín. Nosso querido personagem central do livro O Jogo do Anjo. As histórias do dois livros vão se entrelaçando de forma envolvente e assim descobrimos mais sobre Fermín, este personagem de humor inteligente e ácido, que às vezes nos faz rir sozinhos com suas pinceladas humoradas sobre os dramas da vida real. Fermín que hoje se prepara para casar com a mulher amada, vê sua felicidade manchada de cinza ao temer que não seja possível sustentar a identidade que criou a tantos anos atrás e que já faz parte de quem ele é. Ao contar sua história para Daniel, inevitavelmente sombras do passado se aproximarão de forma ameaçadora sobre a felicidade de ambos, deixando suas marcas para sempre em Daniel.

Mais uma bela obra do admirável escritor Carlos Ruiz Zafón. Este homem das letras que consegue unir talento e criatividade, numa literatura escrita de forma poética, sem ser cansativa, pelo contrário, envolvente. O Prisioneiro do Céu nos traz de volta alguns personagens do livro O Jogo do Anjo e A Sombra do Vento, nos aproximando mais de suas histórias pessoais. Os romances estão ligados entre si através dos personagens e na abertura do Prisioneiro do Céu, tal fato é comentado com a informação de que a série do Cemitério dos Livros Esquecidos pode ser lida em qualquer ordem  e separadamente. Contudo, ainda penso que melhor mesmo é ler na seqüência. Fica a dica para quem não leu nenhum ainda. Em tal hipótese, poderão ver a resenha  dos outros dois livros da série, clicando nos títulos deles a seguir: A Sombra do Vento, O Jogo do Anjo.

Boa leitura
Abraço
Jade

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Arte com velas perfumadas

Gramado...  


Não me canso de visitar esta cidade, um pedacinho da Europa no Brasil!

Uma atmosfera de encanto contagia os visitantes. Para quem curte uma boa caminhada, o ar e as paisagens da serra não poderiam ser melhores, ainda mais nesta época em que a proximidade da primavera nos traz as cores e os cheiros das flores, é como caminhar numa perfumaria a céu aberto. Até mesmo os motoristas se tornam mais calmos e mais educados, é o bom astral da cidade fazendo seus efeitos miraculosos nas pessoas.

Realmente como sempre digo, as coisas mais simples são as melhores e que nos trazem mais prazer. 

E por falar em prazeres... estive numa loja em especial que me chamou a atenção. Sua proprietária é também a artista responsável por belas velas decorativas, cujo trabalho diferenciado encanta os visitantes, seja pelo seu visual ou pelos aromas deliciosos que exalam e que são obtidos com o uso de essências de origem francesa.

A loja vende também lamparinas, castiçais, aromatizantes entre outros, vale a pena passar por lá e conferir, e além disto bater um papo com a artista, a simpática Ignes, cuja sensibilidade e habilidade nos encanta os sentidos.

velasgramado@hotmail.com Av. das Hortênsias, 1770 - CENTRO Gramado - RS
para acessar o blog de velas Perfumadas Gramado clique AQUI





Poemas de aroma sem rima


São poemas de aromas os que tenho no meu jardim
São danças de cheiros voláteis
Rodopios de alecrim
São doces cheiros de café e canela...





São pinceladas de manjerico
Verdejantes na janela
São cheiros e delícias da noite e do dia
É o cheiro do luar que abafa a melodia...
















Melodiosa a árvore e a folha

Ao vento e sem medo
Escondendo o seu cheiro
No meio do arvoredo...











São poemas de aromas os que tenho no meu jardim
São folhas de chá de Lima
Doce ou salgado
Seco ou molhado...













No chávena de uma lágrima
São mesmo assim poemas de aroma
São poemas de aroma sem rima.




Poema extraído do site www.avidadaspalavras.net
para acessar clique AQUI


fotos: Jade






domingo, 12 de agosto de 2012

O Mundo de Sofia


“A capacidade de nos surpreendermos é a única coisa de que precisamos para nos tornar bons filósofos. Não se pode aprender filosofia e sim a pensar filosoficamente”.
Jostein  Gaardner


Sofia Amundsen voltava da escola para casa. Percorrera a primeira parte do caminho em companhia de Jorunn, sua colega de classe.[...] Era um dos primeiros dias de maio. Em alguns jardins, densas coroas de narcisos floriam sob as árvores de frutas.[...] Sofia olhou a caixa de correio, antes de abrir o portão do jardim. [...]

Em geral havia ali folhetos de propaganda e envelopes para sua mãe, mas naquele dia encontrou algo inusitado, uma pequena carta endereçada à Sofia Amundsen, sem remetente ou selo postal. Dentro dele apenas uma pergunta: Quem é você?
Mas seria esta uma pergunta de fácil resposta? Será que estamos preparados para pensar de forma clara e concisa sobre quem somos? Sofia se esforça pensando no assunto e neste processo outras perguntas se formam em sua mente: Vivo hoje mas um dia terei desaparecido; será que havia uma vida após a morte?
Neste meio tempo Sofia resolve conferir novamente a caixa de correio, e estremece da cabeça aos pés ao descobrir outro envelope misterioso como o primeiro. Abriu-o ansiosa e neste continha a seguinte pergunta: De onde vem o mundo?
Ela não fazia  a menor idéia.

É assim que inicia esta obra singular. Um romance que nos leva a acompanhar os passos de Sofia e seu curso de filosofia inteiramente grátis, portanto sem direito à devolução de dinheiro. Seu professor, Alberto Knox, um homem misterioso e culto, passa a ensinar filosofia à Sofia e ao leitor atento que percorre página por página deste interessante livro. Assim como a boa comida, cada nova lição deve ser saboreada e digerida, à medida que a história da filosofia mundial se desenvolve diante de nossos olhos. Este estudo vai desde os pré-socráticos até os pós-modernos, dentro de um contexto histórico que nos leva a meditar sobre o mundo em que vivemos.

Um excelente trabalho, uma obra que vale a pena ser conferida.

Nos consideramos diferentes do restante da natureza porque pensamos e somos conscientes de nossa existência. Mas será que realmente sabemos algo, ou somos apenas grandes especuladores da verdade, buscando respostas para questões elementares e ao mesmo tempo vitais? Mas então me pergunto também, será tão importante assim esta busca incessante de nossa origem no mundo ou apenas uma forma de se distanciar da grande verdade imediata, e da qual a maioria de nós prefere esquecer? O que importa mais, nossa origem ou o que fazemos agora, neste momento? Enquanto eu por exemplo publico este post, tantos outros “seres humanos conscientes”, passam necessidade de itens básicos como comida, teto, educação e afeto...
A natureza INCONSCIENTE?! Assim vemos os demais seres vivos, mas serão eles assim tão inconscientes ou talvez sejamos nós que vivemos à margem da sabedoria que encerra em cada um deles?

Deixo estes pensamentos para vocês refletirem.

Abraços
Jade

“Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido”. 
Dalai Lama

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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