domingo, 27 de junho de 2010

O Último Templário

Foto de José Canelas - Site www.olhares.com

Já fazia algum tempo que esperava a oportunidade de ler este livro, primeiro porque gosto de romance histórico, segundo por que uma amiga havia lido e gostado. Este foi o primeiro romance de Raymond Khoury, que por sinal é roteirista de cinema e televisão. A história se inicia com um retorno ao passado, para ser mais exata no Acre, reino latino de Jerusalém, ano de 1291. Os Templários estão prestes a perder sua última batalha pela Terra Santa, e o Grão-mestre da Ordem, em seu leito de morte, passa para Aimard de Villiers e seu jovem discípulo, Martin de Carmaux, um misterioso baú contendo um segredo que poderá mudar o mundo. A seguir a história viaja alguns séculos até a atualidade, para a cidade de Nova York, em um evento no Museu Metropolitano de Arte, o Metropolitan, onde está sendo inaugurada uma exposição intitulada “Tesouros do Vaticano”. A festa glamourosa será interrompida pela chegada de quatro homens a cavalo, vestidos como templários e que irão entrar em cena trazendo pânico e destruição. Durante o evento, alguns objetos são roubados, entre eles uma enigmática máquina, chamada decodificador. A arqueóloga Tess Chaykin, uma das convidadas da festa, testemunha quando um dos cavaleiros, que parece liderar o grupo, se atém a este artefato de forma reverente. O FBI designará o agente especial Sean Reilly para investigar o caso e buscar os responsáveis. A partir daí os caminhos de Tess e Reilly se cruzarão e ambos se envolverão numa corrida perigosa. Tess em busca de um achado arqueológico de proporções impensáveis e Reilly para fazer cumprir a lei e talvez salvar o mundo. Eu gostei bastante do livro, mas com certas restrições. Primeiro; notei que haviam certos erros gramaticais, acredito que sejam na tradução da obra, e que deixam a leitura em alguns momentos estranha. Segundo; algumas coisas ficaram um tanto óbvias demais, o autor poderia ter trabalhado mais o suspense. Além disto, antes do início do livro, de cara existe uma citação do Papa Leão X, século XVI, que para bom entendedor já diz tudo. O desenrolar mantém o leitor preso à leitura, até pela menção a fatos históricos, o que acho muito interessante. Para quem não sabe, os cavaleiros templários “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” tinham a missão de proteger os peregrinos que iam até Jerusalém (Terra Santa). Em decorrência do local de sua sede (a mesquita Al-Aqsa no cume do monte onde existira o Templo de Salomão em Jerusalém) e do voto de pobreza e da fé em Cristo surgiu o nome "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão". Eles tinham muito prestígio e acumularam muitas riquezas, durante cerca de dois séculos, até que em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, o Papa Clemente V, juntamente com o Rei Filipe IV, o Belo, da França, condenou todos os templários à prisão e morte, sob acusação de heresia (daí a sexta-feira 13 ser considerada um dia de azar). Muitos, inclusive, foram queimados na fogueira. Desde então muitas fantasias povoam o imaginário das pessoas, sendo motivo de teorias da conspiração até hoje.

"Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância."

domingo, 20 de junho de 2010

A Mulher de Pilatos

A autora deste livro, Antoinette May, escreveu um romance histórico, que nos leva a época do Império Romano, vista pelos olhos de uma mulher, Cláudia Prócula, mulher de Pôncio Pilatos. Esta mulher é uma personagem da vida real e que inclusive foi brevemente citada na bíblia (Mateus 27:19). Para quem não sabe, aquela velha expressão “lavo minhas mãos como Pilatos”, deriva da história deste homem, Pôncio Pilatos, que desempenhou um papel-chave na crucificação do filho de Deus, Jesus Cristo. Pilatos acabou cedendo à pressão que sofreu na época, por parte da multidão turbulenta e dos sacerdotes do Templo de Jerusalém, que eram Judeus, e autorizou a crucificação de Jesus, um homem inocente. Num gesto de consciência pesada, ele lavou as mãos em público, simbolicamente limpando sua culpa. Mas voltemos ao livro... a trama tem início no segundo ano do reinado do imperador Tibério – também descrito como ano 16 da era Comum. Cláudia Prócula, parente de pessoas que se destacaram na história, como Calígula, é uma jovem acostumada com o convívio em família. Possuidora de um dom especial, a premonição, descobrirá cedo que esta qualidade muito especial, na verdade em nada mudará o seu destino e o das pessoas à sua volta. Nossa protagonista, uma menina ingênua, cheia de planos românticos, se apaixona pelo centurião Romano, Pôncio Pilatos, e recorre até mesmo aos Deuses Egípicios, religião com a qual se identifica mais, para alcançar o coração desse ambicioso jovem. Porém, aos poucos, seu mundo desmorona à medida que eventos muito tristes acometem sua família. Esta personagem de aura mística verá que devemos ter muito cuidado com o que desejamos, pois nem sempre nos trará a tão sonhada felicidade. Desiludida com o marido acaba se apaixonando pelo gladiador Holtan, com quem terá momentos inesquecíveis. Vítimas de conspirações e inveja, ela e seu marido serão enviados para a Judéia, mais como um isolamento, onde Pilatos passará a ser o procurador de Roma na cidade de Jerusalém. Cláudia acaba se tornando amiga de Maria Magdalena e Jesus, com quem já havia cruzado anos antes. Acometida de sonhos que a atormentam, Claudia finalmente compreenderá que estes têm ligação direta com os dois mais novos amigos e seu marido. Desesperada pelos tristes acontecimentos que estão por vir, Claúdia tentará interceder por Jesus. A historia deste livro é marcada por jogos de poder, intrigas, amor e traição, e prenderão a atenção do leitor do início ao fim; e por falar no fim.... vejo que cada vez mais pessoas, entre elas escritores, tentam recriar o que aconteceu a dois mil anos, não se preocupando com o que realmente importa, a essência de tudo, ou seja, que devemos ser pessoas melhores e menos egoístas e que não basta apenas fazer o certo e sim pelos motivos certos.

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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