sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Tormenta


Tantos meses depois de Fallen finalmente li Tormenta. A Capa, a exemplo do primeiro livro, é linda e tem aquele toque suave ao contato. Para quem não lembra, as fotos escolhidas para as capas desta série são de uma brasileira chamada Fernanda Brussi, muito talentosa e bela por sinal.

Mas vamos ao livro. Eu li muitos comentários na internet, alguns não muito lisonjeiros.  Apesar de ser uma leitura água com açúcar, ganha pontos pela criatividade e por ser de simples leitura, fluída. Ótima para quem quer se distrair e se envolver com a história.

Recapitulando Fallen, Luce acaba de descobrir que sua vida tem um sentido muito maior e que Daniel é o amor de sua vida, ou melhor, de todas as suas vidas. Porém uma guerra entre anjos e demônios foi iniciada, e apesar de não saber quase nada a respeito, Luce é de importância crucial para os dois lados desta batalha. Convencida por Daniel a sair do reformatório Sword & Cross, Luce vai para uma escola chamada Shoreline, onde pessoas com algum traço angelical estudam em meio a pessoas cem por cento humanas. Daniel não lhe explica o porque, mas diz que precisam ficar distantes por um tempo e que naquele lugar ela estará segura. Luce ainda se sente culpada pela morte de sua amiga Penn (em Fallen) e atormentada pelo fato de Daniel não lhe revelar quase nada sobre seu passado ou sobre os mistérios que os cercam e pelo pouco que lhe foi revelado, teme que Daniel afinal não seja realmente o que parece. Para sua surpresa, as aulas na nova escola são ministradas por um anjo e um demônio, além disto, mais perguntas vão se somando ao longo dos dias e Luce se sente excluída, chegando a se questionar se não teria sido melhor ter uma vida normal ao invés de um amor tão grande, porém tão confuso como o dela e Daniel. Durante as aulas ela descobre o que são afinal aquelas sombras que a perseguiam desde menina. Nada menos que anunciadores, que podem ser usados tanto para ver o passado como para viajar no tempo. Sua vida está uma bagunça, seus pais e sua melhor amiga pensam que ela ainda está na Sword & Cross, e tudo que ela pode fazer é apenas esperar por Daniel. O dia de ação de graças se aproxima e tudo que mais queria era poder passa-lo com sua família, mas as coisas estão complicadas, inclusive entre ela e Daniel. Para sua surpresa os professores a liberam para passar o dia de ação de graças em casa, mas ela não contava com a comitiva que a acompanharia ou com os não convidados de última hora que chegariam à casa de seus pais. Roland, Daniel, Cam, Molly, Ariane, Gabbe e seus dois novos amigos, Shelby e Miles, todos sob o mesmo teto, era algo estranhíssimo de se ver, mas muitas outras coisas estranhas vinham acontecendo e estavam por vir.
O final do livro, que é claro que eu não vou contar, me pareceu um tanto lógico depois de todo o desenrolar da história, mas algumas pessoas talvez fiquem chocadas ou decepcionadas com ele, porém uma coisa é certa, estou morrendo de curiosidade para ler o livro seguinte. Terei que me segurar por enquanto até comprá-lo.

Bj
Jade

sábado, 24 de dezembro de 2011

Final do Ano 2011


Obrigada senhor por mais um ano vivido com saúde, trabalho e ao lado das pessoas amadas. Obrigada por mais uma batalha vencida. Sei que estou caindo em lugar comum, mas continuo desejando a todos muita saúde, paz e amor, pois são as coisas mais importantes a meu ver. Que Deus abençoe a todos nós com sua bondade e luz para vencermos um dia de cada vez, não nos prendendo ao que passou e tentando adivinhar o que virá, pois o presente é o que nos cabe e portanto deve ser vivido com sabedoria, buscando a  felicidade tão desejada por cada um sem que isto custe a felicidade alheia.
Devemos sempre meditar sobre uma leia básica da física e que talvez esteja esquecida por muitos... “Toda ação gera uma reação” motivo pelo qual devemos pensar melhor no que dizemos e fazemos durante nossas vidas.
Um grande abraço para todos.
Jade

domingo, 4 de dezembro de 2011

A Divina Comédia (post 01)


Da minha vida em meio do caminho,
Tendo perdido o rumo verdadeiro,
Em uma selva escura dei comigo.
Ah! Como é árduo descrever qual era
Áspera, brava, espessa de tal modo,
Que só a ideia me renova o susto!
Foi tal, que é pouco mais pungente a morte;
Mas por amor do bem aí achado,
Narrarei o que mais por mim foi visto.
Não sei dizer como me entrei por ela;
Pois tão tomado então de sono estava,
Que abandonei a senda em que seguia.
De uma colina eu atingira a base,
Onde o seu termo tinha aquele vale,
Que de terror me confrangera o peito.
Notei, alçando os olhos, que a encosta
Já douravam os raios do planeta,
Que a reta a todos indigita. (indica)
Serenou-se-me um pouco a atroz procela, (agitação)
Que no largo do peito a noite inteira
Angustioso soçobro me causara.
O náufrago depois que a praia ganha,
Arquejando, ofegante volve os olhos,
Os transpostos abismos contemplando.
Assim o meu espirito inda esquivo
Pôs-se a mirar de novo aquele passo
Com vida por ninguém jamais vadeado. (atravessado)
Após breve repouso aos lassos membros,
Recomecei a andar na erma falda (base)
Em plano inferior o pé firmando.
Eis quase no princípio da ladeira
Um tigre velocíssimo e inquieto
De mosqueada pele me aparece. (pintada)
Ele da frente não se me tirava;
E antes a estrada tanto me impedia,
Que em ato estive de saltar por vezes.
Rompia a aurora, o sol se remontava (elevava)
Com toda a comitiva das estrelas,
De que o enriqueceu o amor divino.
Estas belezas, que lançava em giro
A ter por fausto auspício me induziram (feliz presságio)
Daquele monstro a variegada pele: (de cores ou matizes diversos)
Contribuíram a hora, a sazão branda, (quadro favorável)
Mas, em oposição, de medo encheu-me
Logo em seguida de um leão a vista.
Semelhava, que ia acometer-me,
De juba alçada, rabido, faminto, (enfurecido)
Como que até pavor o ar infundindo.
Vinha após loba, a qual pela magreza
De todas as coliças era a efígie,
Tendo já muitos povos flagelado.
O seu aspecto perturbou-me tanto,
Que o terror que olhar seu incutiu-me,
A fé tirou-me de galgar o monte.
Quem pôs, em adquirir o seu cuidado,
Se ocorre ocasião que lhe traz perda,
Tudo lhe são tristezas e lamentos.
Assim me sucedeu, quando avançando
Aos poucos contra mim a fera inquieta,
Fez-me ao vale tornar ao sol oculto.
Enquanto eu labutava neste passo,
Antolhouse-me um vulto, parecendo
Por um longo silêncio enfraquecido. 

Este é o trecho inicial de “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, onde o Poeta, perdido em uma selva intrincada e escura, erra nela toda a noite, e saindo da mesma ao amanhecer, começa a subir por uma colina, quando se lhe atravessam uma pantera, um leão e uma loba, que o repelem para a selva. 


Quadro de Sandro Botticelli

Dante Alighieri nasceu em Florença, Itália, em 01 de junho de 1265. Em uma época em que apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu o poema La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu e viveu em Florença boa parte de sua vida, até ser exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal foi abandonado por seus parentes. Não conseguindo reverter sua condenação, Dante foi viver em Paris, onde se dedicou ao estudo da Teologia e Filosofia. Mais tarde, ao retornar à Itália, foi acolhido por Guido Novello de Polenta, que o manteve por muito anos até 14 se setembro de 1321, data de sua morte. O poeta mais representativo da Península Itálica, apesar de lançar mão de um tema medieval, é considerado moderno por ter escrito a Divina Comédia na nova língua, o italiano.


Este é o terceiro livro que comprei na Feira de Livro de Porto Alegre. Depois de muito ver menções ao nome de Dante e de sua obra nos livros que li, resolvi que era hora de enveredar por esta leitura fascinante. Neste primeiro trecho já me convenci de que o tema é atual e se encaixa perfeitamente nas vidas de hoje.

Quem já não se sentiu tão triste ao ponto de pensar que estava no inferno?

Este post tem continuação... CLIQUE AQUI

É isto, ler e ler, este é um de meus prazeres.

Bjs
Jade

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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