terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Retorno do Jovem Príncipe

Imagem de Leonid Plotkin
O livro O Retorno do Jovem Príncipe é uma obra de ficção que fala da visita de um célebre príncipe à Terra em sua adolescência. Com visão humanista e espiritual sobre o mundo, seus habitantes e os valores básicos que os sustentam, o poeta argentino A. G. Roemmers faz um tributo sutil ao personagem que há décadas encanta gerações. Best-seller na Argentina, o lançamento está sendo também publicado em mais de 15 países.

Ao viajar sozinho no vazio da Patagônia, um homem maduro encontra um adolescente desacordado e o socorre. Quando o rapaz acorda, o homem percebe que não se trata de um jovem qualquer, mas de um famoso príncipe que cresceu e resolveu revisitar o planeta Terra.

Os dois viajantes embarcam num diálogo denso que aborda as grandes questões existenciais. Assim, a viagem de carro se transforma em uma autêntica trajetória espiritual, que abrange a transição da inocência à maturidade, do cotidiano ao transcendente e da tristeza à alegria.

Roemmers retoma no livro discussões éticas sobre a experiência humana e aborda temas ainda cruciais à humanidade, como guerras, crises econômicas, fome e consumismo. "Durante o percurso da viagem fictícia, o Jovem Príncipe pergunta se há muitos caminhos no planeta Terra e se não ocorre aos homens procurar no céu a orientação. Sempre há problemas e os caminhos para superá-los", afirma o autor, também influenciado pelo personagem em sua infância. (resenha da Livraria Saraiva)


Este foi o segundo livro que comprei na Feira do Livro de Porto Alegre. Talvez pela grande expectativa que tinha, ou talvez porque dificilmente alguém poderá escrever como outra pessoa, mas enfim, não vejo muito em comum com o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry. O Pequeno Príncipe tem uma aura de encantamento quem nem todos conseguem alcançar. A obra de Roemmers ficou um tanto no estilo de autoajuda, o que não curto muito, portanto não foi uma leitura que tenha me “cativado”, como diria o personagem de Saint-Exupéry, a raposa...

...A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... Cativa-me disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!

Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.

É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:

Descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? Perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso!

Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa.

Sobre o Autor
Alejandro Guillermo Roemmers nasceu em Buenos Aires em 1958 e começou a escrever ainda menino. Sua poesia foi objeto de numerosas publicações e honrarias. Em 2010 foi nomeado Personalidade Destacada da Cultura pelo governo da cidade de Buenos Aires, e nesse mesmo ano recebeu um reconhecimento na Universidade Nacional Autónoma de México. Também foi homenageado pela Câmara de Deputados da Argentina em reconhecimento a sua contribuição à cultura e às letras.
Atualmente é vice-presidente da Fundação Argentina para a Poesia e Presidente Honorário da Associação Americana de Poesia. A Sociedade Argentina de Escritores o distinguiu nomeando-o Embaixador da Letras Argentinas. Soube conciliar sua condição de empresário de relevância internacional com sua profunda vocação pela escrita.


Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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