domingo, 26 de setembro de 2010

Eu Sou o Mensageiro

Este livro relata a vida de Ed Kennedy, iniciando durante um assalto à banco, em que Ed vai dar uma de herói, impedindo o ladrão de fugir. Depois disto, sua vida, que era bastante banal, passa por uma reviravolta. Primeiro é a publicidade, seu nome é noticiado pela cidade como o mais novo herói do pedaço, o que não vai melhorar em nada seu relacionamento com a mãe. Sua vida se resume em ser taxista numa cidade pequena e jogar cartas com os três melhores amigos. Marv, Ritchie e Audrey. Há! Tem também o Porteiro, o cão fedorento, de 17 anos, que era de seu falecido pai, e que o acompanha num cafezinho. O bicho até parece que entende o que ele fala. Porém, depois daquele dia no banco, receberá estranhas cartas, de jogo de baralho, com anotações pouco esclarecedoras e que parecem querer conduzi-lo a algum lugar. A primeira carta, um ás de ouros, vem com três endereços e Ed acaba decidindo que deve conferir o que vai encontrar em cada um. Ele sente que precisa fazer alguma coisa, que sua vida não está levando ele a lugar nenhum, e que aquela será sua oportunidade de fazer algo. Ed é um adolescente de 19 anos sem perspectivas de futuro, mas que prova que pode ir muito além de sua condição. A linguagem do livro é bastante simples e direta, mas ao mesmo tempo é sensível e tocante. O final é surpreendente, espero que gostem. Não curti tanto quando o outro livro deste mesmo autor, mas é bom também.
Um trecho do livro:
Lua beija Marie.
É só um beijinho de leve nos lábios.
E ela retribui o beijinho.
Às vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são.

Monstro do Mangá

O Livro Monstro do Mangá é uma versão encadernada dos três volumes da Coleção Como Desenhar Mangá. É muito bonito e se propõe a ensinar truques e dicas sobre como desenhar personagens no estilo mangá, usando do princípio básico da criação passo-a-passo de um modelo de personagem, divididos em três partes e nos seguintes grupos: Garotas, Fantástico, Monstros, Ficção Científica, Música e Samurai. Eles ensinam a desenhar a partir do esboço do esqueleto da figura, explicando a pose até uma versão de roupa íntima da personagem, depois mostrando o mesmo desenho com todos os detalhes e sombras até a versão colorida. O livro serve como inspiração para quem quer fazer este tipo de desenho. No final tem ainda uma parte com dicas de como trabalhar seus desenhos no computador, divididos em três partes, após cada dois grupos de ilustrações. Eles ensinam dicas de como scanear o desenho e como usar o Photoshop em seus trabalhos. Além de dicas de colorido e alguns efeitos interessantes. Um jovem talento recebeu este livro de presente e resolvi postar sobre ele aqui, mas como não entendo muito de Mangá, caso alguém se interesse em comprar, é bom conferir de perto. Uma coisa ninguém poderá negar, é muito bonito!
Seguem alguns desenhos do jovem talento que mencionei.



domingo, 12 de setembro de 2010

A Menina que Roubava Livros


Esta é uma história diferente, não tanto pela história em si, mas devido à identidade da narradora. Alguns a chamam de Ceifadora de Almas, outros simplesmente de Morte. A vida da nossa principal personagem, a roubadora de livros, foi capaz de impressionar até mesmo a Morte, que nos leva as almas, quando nossos corpos já não são capazes de carregá-las. Para alguns um momento de tristeza, indiferença ou alívio, dependendo de como e quando ela nos aparece. Lisel Meminger, a menina cuja vida foi salva em mais de uma oportunidade pelos livros, descobrirá neles um consolo e uma porta para o mundo das palavras. Sua história se passa na Alemanha, iniciando no ano de 1939, juntamente com a Segunda Guerra Mundial. Sua mãe sem condições de criar a menina e seu irmão mais novo, de seis anos, se vê obrigada a dá-los para adoção. E assim, numa viagem de trem para Munique, da qual nunca esquecerá, Lisel, de nove anos, conheceu a Morte, que veio ao encontro de seu irmãozinho. O pequeno Werner foi enterrado em uma cidade desconhecida, a meio caminho de Munique, na presença de sua mãe, irmã, um padre e dois coveiros. Tudo era branco e o frio fazia todos tremerem. Neste dia a menina se tornou a roubadora de livros, quando juntou do chão o livro caído do bolso de um dos coveiros. “O Manual do Coveiro”. Tendo em vista as poucas vezes que entrou numa escola, este livro por longo tempo será apenas uma ligação com seu irmão. Na rua Himmel, cidade de Molking, um casal esperava duas crianças, mas apenas uma apareceria. Para a roubadora de livros foi um passeio de carro, ela nunca andara em nenhum. Era um dia cinza, a cor da Europa. Hans e Rosa Hubermann seriam seu papai e mamãe de agora em diante. Não pensem que sua vida foi fácil, o casal era de origem humilde e a Alemanha vivia um momento perigoso, onde palavras levaram pessoas a odiar outras pessoas. Na rua Himmel, Lisel conhecerá o amor de um pai com olhos feitos de bondade e prata e de uma mãe briguenta e gritona. Também na rua Himmel, Lisel conhecerá seu melhor amigo, Rudy Steiner, um garoto da casa ao lado de cabelos cor de limão e haverá um Judeu, Max Vandenburg, seu amigo quase invisível, tendo em vista as circunstâncias. Sua segunda mamãe trabalha lavando e passando roupas para famílias ricas de Molking, e uma destas clientes, a mulher do prefeito, acabará se tornando uma pessoa muito importante em sua vida. A Menina que Roubava Livros é um livro rico e envolvente, contado de forma poética, em meio a uma época de que os seres humanos devem se envergonhar. Confesso que ri e que chorei em meio à leitura. O final do livro contém uma síntese do que me pergunto com freqüência, nas palavras da morte: Tive vontade de dizer muitas coisas(...), sobre a beleza e a brutalidade. Mas que poderia dizer-lhe sobre essas coisas que ela já não soubesse? Tive vontade de lhe explicar que constantemente superestimo e subestimo a raça humana – que raras vezes simplesmente a estimo. Tive vontade de lhe perguntar como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes. Nenhuma dessas coisas, porém, saiu de minha boca(...). Uma última nota de sua narradora. “Os seres humanos me assombram”.

sábado, 4 de setembro de 2010

Segunda-feira de Luto


A Dra. Temperance Brennan, uma respeitada antropóloga forense, está em Montreal a fim de se preparar para depor em um julgamento, quando é chamada em uma segunda-feira fria e úmida, para analisar ossos encontrados no porão de uma pizzaria. Brennan divide sua vida entre Charlotte, nos estados Unidos e Montreal, no Canadá. A história do livro se desenrola na fria cidade de Montreal, em pleno inverno, em meio a muita neve. Para sua infelicidade, terá que assumir este caso juntamente com o detetive Luc Claudel, um homem elegante e bom policial, porém de temperamento difícil e um cético em relação à utilidade da antropologia forense. Ao fazer um exame dos ossos, Brennan verificará que se tratam dos esqueletos de três mulheres jovens. Brennan na condição de mulher e mãe sente-se ainda mais comprometida em desvendar os fatos que, interromperam as vidas destas três mulheres na flor da juventude. Em meio à frustração vivida com o crescente desinteresse do detetive Luc Claudel pelo caso e o andamento de seu romance com o charmoso Andrew Ryan, Brenann se vê surpreendida pela inesperada visita de sua melhor amiga, Anne, que está vivendo um momento difícil em seu casamento. Ao pegar a amiga no aeroporto e leva-la para casa, descobrirá que alguém invadiu seu apartamento. Quem terá sido? Teria alguma relação com os ossos da pizzaria? Estas perguntas e outros acontecimentos recentes levarão Brenann a sair de seu laboratório e partir para uma investigação de campo. Segunda-feira de Luto é um bom livro de suspense, que manterá o leitor interessado até o fim. Curiosidade: Quando peguei este livro para ler, não sabia nada sobre ele, mas acabei sabendo que a autora, Kathy Reiches, é antropóloga forense e seus livros acabaram se tornando best-sellers, o que motivou a criação de uma série investigativa chamada Bones (ossos, em inglês), que é também o apelido da protagonista, a personagem Temperance Brennan.

Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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