sábado, 26 de novembro de 2011

Alexei Antonov



Alexei Antonov nasceu na Rússia, em 1957, e vem tentando pintar com as duas mãos (é ambidestro). Alexei diz que consegue lembrar-se de si mesmo desde os dois anos de idade e que aos três já era um terror para sua mãe, pois pegava seu batom para desenhar. Em toda a infância o desenho foi algo marcante, embora deixasse a desejar nas outras classes, se superou na arte e no canto.
Em 1972 entrou na Faculdade de Arte do Estado, em Baku, onde aprendeu a pintura impressionista, realista e abstrata menos a clássica. Em 1976 se formou e foi trabalhar no Instituto Reseach of Design, em Moscou. De 1986 a 1990 morou em Moscou e trabalhou como artista gráfico e ilustrador de revistas publicadas pela agência de notícias russa principal, "Novosti" (News). Também projetou cartazes para os principais cantores e grupos de rock durante este período de tempo, mas seu trabalho mais importante foi o estudo ativo e atento da técnica de antigos mestres como Rubens, Van Dyke e Snyders.

Em 1988 deixou a Rússia pela primeira vez, foi visitar a Itália para estudar as pinturas nos museus e apresentar alguns dos seus trabalhos. Em 1989 abriu a Rubens Gallery, em Moscou, sob o patrocínio dos bancos centrais juventude jornal Komsomolskaya Pravda. Também participou em inúmeras exposições em Moscou, que foram cobertas pela imprensa russa.

Em 1990 foi viver e trabalhar nos EUA. Conforme relato de Alexei, esta técnica única e clássica é praticada por pouquíssimos artistas e não é mais ensinada nas escolas de arte. Suas obras podem ser encontradas em coleções particulares de vários países ao redor do mundo.

O Domínio das cores e da luz foi o que mais me atraiu nas pinturas de Alexei. Elas são vibrantes e cheias de vida, lembrando de fato o trabalho dos mestres. Ele conseguiu captar a delicadeza das flores de uma forma muito bela, sem falar no realismo de tecidos, metais e vidro, é impressionante.

Espero que gostem também.
 
Bj
Jade











terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Retorno do Jovem Príncipe

Imagem de Leonid Plotkin
O livro O Retorno do Jovem Príncipe é uma obra de ficção que fala da visita de um célebre príncipe à Terra em sua adolescência. Com visão humanista e espiritual sobre o mundo, seus habitantes e os valores básicos que os sustentam, o poeta argentino A. G. Roemmers faz um tributo sutil ao personagem que há décadas encanta gerações. Best-seller na Argentina, o lançamento está sendo também publicado em mais de 15 países.

Ao viajar sozinho no vazio da Patagônia, um homem maduro encontra um adolescente desacordado e o socorre. Quando o rapaz acorda, o homem percebe que não se trata de um jovem qualquer, mas de um famoso príncipe que cresceu e resolveu revisitar o planeta Terra.

Os dois viajantes embarcam num diálogo denso que aborda as grandes questões existenciais. Assim, a viagem de carro se transforma em uma autêntica trajetória espiritual, que abrange a transição da inocência à maturidade, do cotidiano ao transcendente e da tristeza à alegria.

Roemmers retoma no livro discussões éticas sobre a experiência humana e aborda temas ainda cruciais à humanidade, como guerras, crises econômicas, fome e consumismo. "Durante o percurso da viagem fictícia, o Jovem Príncipe pergunta se há muitos caminhos no planeta Terra e se não ocorre aos homens procurar no céu a orientação. Sempre há problemas e os caminhos para superá-los", afirma o autor, também influenciado pelo personagem em sua infância. (resenha da Livraria Saraiva)


Este foi o segundo livro que comprei na Feira do Livro de Porto Alegre. Talvez pela grande expectativa que tinha, ou talvez porque dificilmente alguém poderá escrever como outra pessoa, mas enfim, não vejo muito em comum com o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry. O Pequeno Príncipe tem uma aura de encantamento quem nem todos conseguem alcançar. A obra de Roemmers ficou um tanto no estilo de autoajuda, o que não curto muito, portanto não foi uma leitura que tenha me “cativado”, como diria o personagem de Saint-Exupéry, a raposa...

...A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... Cativa-me disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!

Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.

É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:

Descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? Perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso!

Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa.

Sobre o Autor
Alejandro Guillermo Roemmers nasceu em Buenos Aires em 1958 e começou a escrever ainda menino. Sua poesia foi objeto de numerosas publicações e honrarias. Em 2010 foi nomeado Personalidade Destacada da Cultura pelo governo da cidade de Buenos Aires, e nesse mesmo ano recebeu um reconhecimento na Universidade Nacional Autónoma de México. Também foi homenageado pela Câmara de Deputados da Argentina em reconhecimento a sua contribuição à cultura e às letras.
Atualmente é vice-presidente da Fundação Argentina para a Poesia e Presidente Honorário da Associação Americana de Poesia. A Sociedade Argentina de Escritores o distinguiu nomeando-o Embaixador da Letras Argentinas. Soube conciliar sua condição de empresário de relevância internacional com sua profunda vocação pela escrita.

domingo, 6 de novembro de 2011

Marina

Marina

“Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. [...] Naquele dia, nos céus de Barcelona, o fantasma de Gaudí esculpia nuvens impossíveis sobre um céu azul que dissolvia o olhar. [...] Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele.”


O ano é 1979 e Óscar Drai, um rapaz de quinze anos, vive sua juventude entre as paredes de um internato em Barcelona. Sempre que possível, nas horas vagas, se aventura pelas ruas explorando a cidade e experimentando uma sensação de liberdade embriagante. Normalmente seus passos acabam o guiando até uma área na época chamada de deserto de Sarriá, onde mansões senhoriais esquecidas pelo tempo e pelas pessoas desmoronam ao clamor do vento e das chuvas. Durante um desses passeios, Óscar se detém na frente de uma daquelas construções abandonadas, fascinado pelo mistério por trás daqueles jardins e esculturas, desertos cobertos de uma vegetação que crescia sem controle ou cuidados. Foi quando avistou aqueles dois olhos amarelos brilhantes, que o fitavam de forma quase hipnótica. Na boca jazia morto um pardal, que ia deixando um rastro brilhante de sangue à passagem do gato, seu algoz. Estimulado pela curiosidade, Óscar ficou intrigado com aquela aparição e ao se segurar no gradil da propriedade, percebeu que estava aberto o portão. Sem se conter mais, resolveu entrar e foi quando ouviu um som celestial que vinha de dentro da mansão. Ao entrar no local inadvertidamente, localizou a fonte daquele som maravilhoso, um gramofone. Junto dele jazia um relógio de bolso dourado. Sem pensar pegou a peça para examiná-la melhor, momento em que foi surpreendido por alguém, e sem pensar duas vezes Óscar saiu disparado em fuga, percebendo apenas quando já estava longe dali, que o relógio permanecia em sua mão. Obcecado com a ideia de ser considerado um ladrão, Óscar acaba retornando ao local, na esperança de devolver o objeto e desfazer o mal entendido. Foi então que ele conheceu Marina, ela vinha pedalando numa bicicleta quase ao mesmo tempo que ele hesitava na frente da casa. Parecia uma visão roubada de um sonho. Foi assim que ele Marina e seu pai passaram a travar uma forte amizade. Seus dias pareciam ter adquirido um colorido que não via antes. Por sugestão da nova amiga, eles vão até o cemitério de Sarriá, e observam uma dama vestida de negro sem serem vistos, enquanto ela para diante de um túmulo sem nome, onde a única inscrição na lápide é uma misteriosa borboleta negra com asas abertas. Óscar e Marina decidem segui-la e acabam entrando em uma estufa abandonada, onde encontram um álbum com uma estranha coleção de fotos. Do teto da estufa, pendem corpos mutilados que com grande alívio constatam se tratar de bonecos bizarros, mas um mal cheiro pútrido impregna o local e os dois correm em disparada, deixando para trás aquele odor maléfico. Aquela aventura que pensavam seria apenas um passatempo de uma tarde, acabaria por envolvê-los em algo muito mais assustador e além de suas imaginações. Algum tempo depois, Óscar foi surpreendido por um carregador que lhe estendia um envelope. Disse que haviam pedido que lhe entregasse. Ao questionar o homem, este mencionou uma senhora e insistiu que recebesse o envelope. Ao olhar na direção indicada pelo carregador, Óscar teve apenas tempo de vislumbrar a mesma dama misteriosa do cemitério, cujo rosto estava envolto num véu, que não lhe deixava a mostra nem um centímetro do rosto. Ao abri-lo, dentro encontrou um cartão com um nome e um endereço e no seu verso a mesma borboleta negra do túmulo sem nome. Iniciava aqui uma viagem ao passado de Mijail Kolnenick, um homem intrigante que na sua época, havia desenvolvido mecanismo revolucionário para o movimento de próteses de pernas e braços. Obcecado com seu trabalho, ninguém sonharia até onde sua genialidade o levaria, até que Óscar e Marina acabam se envolvendo a fundo na investigação de sua vida, que era rodeada de mistérios e excentricidades, acabando por descobrir o inimaginável.

Bem, nem preciso dizer que o livro é maravilhoso! Mais um trabalho marcado pela forma poética de escrever do autor Carlos Ruiz Zafón, sempre com uma aura de mistério bem dosada e que prende o leitor até o fim. Um ótimo presente para o Natal.

“O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma – Apodrece.”
Carlos Ruiz Zafón

57ᵅ Feira do Livro de Porto Alegre


Como viram em post anterior, em Porto Alegre, nesta época, é realizada a Feira do Livro. Claro que eu não poderia deixar passar em branco, então estive lá. Me permiti mergulhar naquele universo dos livros, onde nos deixamos levar e por algumas horas esquecer da realidade, vivendo e respirando a vida dos personagens, sofrendo e rindo com eles. Como não poderia ser de outra forma, acabei comprando três livros. Dois bem atuais e um clássico. Estava aguardando ansiosa a chegada de Marina de Carlos Ruiz Zafón, um de meus escritores favoritos, e valeu a pena. Foi a primeira aquisição. Lí com avidez cada página, como se cada letra fosse uma gota de água depois de uma longa seca. Nem preciso dizer que recomendo!
Seguem algumas fotos na feira e dos livros.








Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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