domingo, 26 de janeiro de 2014

Tróia


Tróia
Cláudio Moreno
Editora L&PM


Tróia (um reino distante que dominava o Helesponto, lá onde termina a Europa e começa a Ásia)





A sorte de Tróia foi selada no dia em que o mortal Peleu casou com a Divina Tétis, Deusa do Oceano. Dizia uma profecia que o filho de Tétis superaria seu pai e por este motivo nenhum dos deuses queria se arriscar numa relação com ela, sendo o casamento desigual arquitetado pelo próprio Zeus. Todos os Deuses estavam ali reunidos para a festa, e dessa união nasceria o mais famoso guerreiro “Aquiles”. O anfitrião era o sábio centauro Quíron, que no futuro se tornaria tutor e grande amigo de Aquiles. Todos se divertiam nos festejos, até mesmo Ares, senhor da guerra, contudo uma pessoa havia ficado de fora e seu ressentimento aumentava cada vez mais a medida que era desprezada pelos demais Deuses. Éris, Deusa da discórdia, despeitada por ter sido ignorada usou de toda sua sutileza para lançar a discórdia naquele dia. Escolheu uma das maças de ouro que Hércules havia buscado a mando do rei Euristeu e nela gravou a pequena e fatal frase “à mais bela”, lançando-a a seguir próxima de Zeus. Foi o suficiente para semear veneno em todos os corações femininos. Fosse qual fosse a escolhida, as demais sentiram-se infelizes. O clima divertido da festa se transformou num tenso momento e a própria Hera, esposa de Zeus, mal conseguia disfarçar sua perturbação. Além dela outras duas se destacaram na busca do troféu, Afrodite e Atena e diante de um trio tão poderoso, nenhuma outra teve coragem de pleitear tal título. Zeus vendo que estava numa saia justa e não querendo se indispor com nenhuma das três, selou o destino de Tróia ao deixar a escolha para o jovem e belo troiano Páris, que vivia como pastor, ignorando que era filho do rei Príamo. Um mensageiro do Olimpo foi enviado até Páris para lhe dar conhecimento dessa incumbência. Entre as três Deusas, escolheu Afrodite, que havia lhe oferecido em troca o amor da mulher mais bela do mundo, Helena, rainha de Esparta. Neste ínterim, como era necessário para que profecias e destinos se concretizassem, Páris, julgado morto no reino, acaba sendo reconhecido como filho por seu pai, rei de Tróia, e na primeira oportunidade, Páris viaja até Esparta para obter o prêmio prometido por Afrodite. Gozando da hospitalidade de Menelau, marido de Helena, ele fica hospedado em sua casa, e aproveitando-se da inesperada e necessária ausência de seu oponente, rapta Helena, que já estava apaixonada por ele, dando oportunidade aos dois de darem vazão ao desejo que os consumia a dias. Afrodite está ao lado deles, porém as preteridas Hera e Atena, viam a oportunidade de lançar todo seu ódio sobre Páris. Ao saber que sua mulher fora levada embora, Menelau se vale de uma promessa feita a muito tempo, quando de sua escolha como futuro marido de Helena, em que várias pretendentes dela juraram solenemente que ajudariam aquele que fosse o escolhido a defender-se de qualquer rival que viesse a ameaçar seu matrimônio, devendo estar prontos a qualquer tempo para correr em seu auxílio. Assim os Gregos que antes brigavam entre si, se unem com este objetivo, alguns atraídos pelo juramento e outros pelo legendário tesouro de Tróia. Mais de mil navios rumaram para Tróia, selando assim o seu destino. Outros Deuses tomam partido nesta guerra, mas a queda de Tróia era inevitável.

O Romance de uma guerra
Quem já não ouviu falar da famosa Ilíada de Homero?
Vamos recapitular algumas informações para nos situar no contexto que originou a história de nosso Romance. Homero – poeta épico da Grécia antiga, a quem se atribui a autoria da Ilíada e Odisseia. Eu digo “se atribuiu”, porque não existe concordância entre os historiadores se de fato ele foi uma pessoa que existiu historicamente, ou se foi um personagem criado pelos gregos, como a personificação coletiva da memória grega. Mas enfim, o que ninguém poderá negar é que os gregos eram inventivos, criativos e de um senso artístico incomuns, tanto que influenciaram outros povos e até hoje a civilização moderna se vê influenciada por eles, mesmo os que ignoram tal fato. A Ilíada cobre alguns dias do último ano da Guerra de Tróia, e a guerra completa em si é baseada nos textos de poetas e na pesquisa de historiadores, contudo não existe uma unanimidade sobre todos os acontecimentos, afinal se trata de Mitologia Grega. Por este motivo existem variáveis na história de escritor para escritor. Digamos que entre todos os escritos, existe uma base, onde Helena, a mais bela mulher de Esparta é levada para Tróia pelo Príncipe Páris, desencadeando a ira do povo grego que se une contra Tróia, numa guerra que durou dez anos e culminou no incêndio da cidade e destruição dela. Através de um estratagema de Ulisses, herói grego, Rei de Ítaca, considerado astuto, foi criado o famoso “Cavalo de Tróia”, ardil usado pelos gregos para finalmente entrar na cidade de Tróia e dar fim aqueles dez longos anos de guerra.

Espero que apreciem. Desde meu primeiro contato com a história de outras civilizações, a mil e quinhentos anos atrás.... rsrs, eu me senti atraída destacadamente pelos Egípcios, Gregos e Romanos, devido a riqueza artística de cada um deles, além de todos os mitos, que hoje vejo claramente como o que são, contos... quimeras.

Abraço
Jade


Imagem de Mariana Britto
Sigo andando a passos largos...
...sem rumo e sem destino, apenas observando o que se passa e o que passou, o conhecimento traz prazer mas também traz dor.
Jade

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