"Tudo o que nele existia era velho, com exceção dos olhos, que eram da cor do mar, alegres e indomáveis".
Ernest
Hemingway
Nosso personagem central se trata de um velho
pescador magro, com a pele marcada pelo tempo e o sol de pescarias incontáveis,
cujos olhos refletem o que se passa por sua alma. Seu nome é Santiago e mesmo
depois de 84 dias sem fisgar um bom peixe, ele não se deixa abater, seja pela
idade, pelas piadas dos mais jovens ou até mesmo pela luta que trava dentro de
si mesmo. A única pessoa que realmente o apóia, é um rapazinho chamado Manolin,
a quem ensinou a arte da pescaria, mas ele já não pode acompanhá-lo.
Convencidos de que Santiago se tornara um salao, isto é, azarento da
pior espécie, seus pais o mandaram trabalhar em outro barco. O rapaz gosta de
Santiago e o admira e não perde sua fé nele. É o octogésimo quinto dia e o
velho e sua canoa deslizam mar à dentro, tendo por companhia apenas seus
pensamentos. Era cedo ainda e o sol nem havia despontado no horizonte, mas as horas
passavam rápido e justamente quando
pensava em dormir um pouco, viu uma das varas verdes dobrar-se violentamente.
Era o peixe tão esperado! Mais do que saber ele sentia.
A narrativa nos remete a uma forte idéia de que não
devemos desistir de nossos sonhos, por mais que eles nos pareçam impossíveis,
assim como nos lembra de que devemos respeitar a sabedoria dos mais velhos.
“Pode ser que eu
não esteja tão forte como penso, admitiu o velho, mas conheço todos os truques
e não me falta decisão”. Ao ler esta frase do livro, lembrei imediatamente de
um texto de Cora Coralina:
"Procuro
semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com
esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me
esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando
tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,
desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais
importante é o decidir."
Cora
Coralina
Apreciei
muito a mensagem do livro, porém não me senti muito empolgada com a leitura,
pois a história toda se passa no barco em torno de Santiago, “o velho”.
Praticamente não existe uma interação com outros personagens, a não ser no
início do livro, quando o velho conversa com Manolin antes de sair ao mar. Com
certeza a forma como o autor desenvolveu a narrativa foi proposital para
reforçar a idéia central da história e sua mensagem, mas com isto ao mesmo
tempo deixou de ser mais envolvente. Ao menos para o momento atual da
literatura.
Abraço
Jade
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